Cheque especial tem taxa menor em agosto, mas continua a modalidade de crédito mais cara para pessoa física

27/09/2011 - 20h02

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Depois de registrar em julho o maior patamar dos últimos 12 anos, os juros do cheque especial caíram em agosto 0,5 ponto percentual. De acordo com dados divulgados hoje (27) pelo Banco Central (BC), a taxa média do cheque especial caiu de 188% ao ano em julho para 187,5% ao ano no mês passado.

As taxas do cheque especial continuam a ser as mais altas no crédito à pessoa física. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, os juros são mais altos porque esse tipo de crédito é de curto prazo e destinado a quem não tem condições de tomar outros tipos de empréstimos. Ele recomendou aos consumidores que evitem usar o cheque especial.

A taxa média dos demais financiamentos a pessoas físicas, incluídas as operações de crédito consignado subiu em agosto e fechou o mês em 49,6% ao ano. Em relação a julho, a alta foi 0,9 ponto percentual.

Os juros para a aquisição de bens por pessoas físicas aumentaram de 30,6% ao ano em julho para 30,7% ao ano em agosto. Apesar disso, as taxas dos financiamentos de veículos apresentaram leve queda, de 29,5% para 29,4% ao ano de um mês para o outro.

Para os financiamentos a empresas, os juros caíram. A taxa média passou de 31,4% ao ano em julho para 30,9% ao ano em agosto. De sete tipos de operações de crédito para pessoas jurídicas pesquisadas pelo BC, cinco apresentaram redução nas taxas.

Maciel apresentou dados preliminares do comportamento dos juros em setembro. Até o último dia 12, as taxas médias estavam em 39,7% ao ano. Para as pessoas físicas, o juro registrado foi 46,7% ao ano, alta de 0,5 ponto percentual em relação a agosto. Para pessoas jurídicas, a taxa média atingiu 30,5% ao ano, retração de 0,4 ponto percentual.

Embora os dados apontem alta dos juros a pessoas físicas e queda dos juros cobrados de empresas, o chefe do Departamento Econômico do BC destacou que esses números ainda não indicam tendência para o comportamento dos juros em setembro. “Esses dados abrangeram apenas sete dias úteis, então precisam ser vistos com cuidado”, observou.

Edição: Lana Cristina