Obama anuncia aumento de impostos e corte de gastos para reduzir déficit dos EUA

19/09/2011 - 14h34

Da BBC Brasil


Brasília - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou hoje (19) planos para reduzir o déficit do país em US$ 3 trilhões (aproximadamente R$ 5 trilhões) na próxima década. A proposta foi encaminhada ao Congresso norte-americano, que deve aprová-la até novembro.

O plano se refere a mudanças no sistema de impostos que podem levantar US$ 1,5 trilhão (cerca de R$ 2,5 trilhões), entre elas tarifas mais elevadas para os ricos e uma nova taxa para milionários, além da eliminação de uma série de deduções e falhas do esquema atual.

Parte do dinheiro deve vir também do fim de uma redução dos impostos para os ricos, que expira no ano que vem, implementada durante a administração do ex-presidente George W. Bush.

Obama disse que vetará cortes de benefícios nos programas de saúde Medicare (para idosos) e Medicaid (para pessoas de baixa renda) que não venham acompanhados de exigências para aumentos de impostos para a parcela mais rica da população.

Segundo relatos prévios da imprensa americana, os cortes na área de saúde somam US$ 320 bilhões (R$ 550 bilhões), mas não incluem mudanças mais radicais como a alteração da idade do público-alvo do Medicare de 65 para 67 anos.

Outros cortes internos devem levar a redução nos gastos a um total de US$ 580 bilhões (R$ 990 bilhões). Mais US$ 1 trilhão (R$ 1,7 trilhão) devem ser economizados com o arrefecimento das guerras do Iraque e do Afeganistão.

O novo imposto para as pessoas que ganham mais de US$ 1 milhão por ano nos Estados Unidos foi apelidado de Lei Buffett em referência ao investidor bilionário Warren Buffett. No passado, o empresário disse que pagava impostos em uma proporção menor do que os trabalhadores assalariados.

Nos Estados Unidos, os ganhos com investimentos têm uma alíquota de imposto muito menor do que os salários. A economia norte-americana cresce vagarosamente, enquanto a taxa de desemprego no país permanece acima dos 9%.

Com a aproximação das eleições presidenciais, Obama enfrenta uma batalha no Congresso sobre como reduzir o crescente déficit enquanto a economia continua estagnada.