Em sessão solene, deputados pedem respeito aos direitos dos deficientes físicos

19/09/2011 - 13h33

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Câmara fez hoje (19) uma sessão solene para lembrar o Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência, comemorado no dia 21 de setembro. A Casa conta com três deputados portadores de deficiência: Rosinha do Adefal (PTdoB-AL), Mara Gabrilli (PSDB-SP) e Walter Tosta (PMN-MG).

Todos mostramos que somos aptos para a missão à que fomos aclamados. Mesmo com preconceito e discriminação, chegamos ao Parlamento do país”, destacou Rosinha do Adefal. Ela agradeceu aos parlamentares que os antecederam e aos integrantes de movimentos sociais em favor da pessoa com deficiência, que lutaram pela igualdade de direitos e fim do preconceito. “Cada um dos que lutaram contra o preconceito e a discriminação nos ajudou a chegar até aqui.”

O deputado Amauri Teixeira (PT-BA) ressaltou que o número de deputados com deficiência é pequeno diante do total de 513 parlamentares na Casa. “Esta Casa não reflete o quadro brasileiro de quase 1 milhão de deficientes desse país. Os três representantes são cadeirantes. Não temos representante dos deficientes visuais, [pessoas] com de Síndrome de Down ou com outras deficiências. Mas é simbólico”, disse.

Entretanto, o deputado destacou que a Casa não fez as adaptações necessárias para garantir o acesso dos deficientes à Mesa no plenário. A deputada Rosinha do Adefal precisou ser carregada por seguranças para poder subir à Mesa. “Subi aqui carregada, correndo o risco de cair, para chamar atenção. É bom que o Brasil inteiro saiba que, apesar da nossa presença, ainda não conseguimos a reforma total desse plenário”, disse a deputada.

O autor do requerimento para a realização da sessão solene, deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), lembrou que ainda hoje há uma dívida social com o deficiente. “Em meados do século 20, faltavam direitos assegurados em lei. Não havia debates sociais e políticas públicas a respeito das pessoas com deficiência. Essa carência impôs sérias dificuldades em se fazer cobranças para que os direitos hoje assegurados sejam cumpridos em sua totalidade”, disse, ao lembrar que foi a partir da Constituição de 1988 que as políticas públicas para os deficientes começaram a ser garantidas.

Na sessão solene, foram entregues diversos títulos de honra ao mérito para entidades que lutam em favor dos deficientes, como a Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) e a Associação Pestalozzi.

Edição: Talita Cavalcante