Anvisa: decisão sobre venda de emagrecedores deve sair no final de setembro

02/09/2011 - 12h52

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A decisão sobre a proibição da venda de medicamentos emagrecedores no país deve sair na última semana de setembro, de acordo com o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano.

Na última terça-feira (30), após reunião fechada, os diretores optaram por deixar a votação sobre o tema para um encontro aberto ao público, com data ainda a ser definida.

A retirada do mercado dos remédios à base de anfetaminas é praticamente certo, uma vez que a equipe técnica da Anvisa e a câmara técnica, formada por especialistas que assessoram o órgão, concordam que os riscos superam os benefícios. Já o embate acerca da sibutramina permanece.

Dirceu Barbano destacou que o relatório final, entregue pelos técnicos da Anvisa na última quarta-feira (31), tem mais de 700 páginas. O documento defende o uso da sibutramina com restrições – o medicamento será recomendado apenas para o tratamento de obesidade em pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30% e que não tenham doenças cardiovasculares.

Segundo o diretor-presidente da Anvisa, caso a proposta seja aprovada, será feito um monitoramento dos pacientes durante o ano seguinte ao tratamento. “Qualquer informação, no sentido de fragilidades, e ele pode ser retirado [do mercado] após esses 12 meses ou mesmo anteriormente”, disse, após participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Brasil em Pauta.

A câmara técnica que assessora a Anvisa mantém a proposta de banir do mercado a sibutramina, emagrecedor mais usado no país, por apresentar riscos à saúde superiores aos benefícios, como problemas cardíacos e alterações no sistema nervoso central.

“Temos que manter produtos que sejam eficazes, mas que também apresentem um perfil de segurança adequado. A questão do tratamento da obesidade é sempre muito complexa, porque a própria obesidade é um quadro de saúde difícil de ser manejado”, ressaltou Dirceu Barbano.

Edição: Talita Cavalcante