Operários que fazem reforma do Maracanã voltam a entrar em greve

01/09/2011 - 15h00


Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Os operários que trabalham na reforma do Estádio do Maracanã retornaram à greve hoje (1º), alegando que o Consórcio Rio 2014, que reúne as empresas responsáveis pela obra, não cumpriu o acordo estabelecido em assembleia realizada no mês passado.

Ficou acertado que os 1.500 trabalhadores receberiam um vale-refeição no valor de R$ 160, e teriam direito a plano de saúde individual, benefício que, em 90 dias, poderia ser estendido para a família, além de mais segurança no trabalho.

“O problema é que todas as cláusulas que foram aprovadas e discutidas em assembleia não foram cumpridas pelas empresas. O pagamento do mês de setembro saiu, e os trabalhadores ficaram insatisfeitos, revoltados com o valor, pois o que foi acordado não veio no contracheque”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada Intermunicipal do Rio de Janeiro (Sitraicp), Nilson Duarte Costa.

Segundo ele, ainda que existem outros problemas que precisam ser analisados urgentemente pelas empresas responsáveis pela obra. “Agora tem outros problemas como a falta de médicos à noite, a alimentação veio estragada, juntou tudo isso e acabou causando a paralisação. É bom que as empresas cumpram o que foi determinado, e, se alguma coisa estiver fora disso, a obra vai ficar parada. Estamos aqui para conversar, pois o diálogo é a melhor opção.”

Para o operário Sérgio Basílio da Silva, que trabalha há quatro meses na reforma, as empresas tratam os funcionários com descaso.“Eu me sinto humilhado, porque passo a maior parte do meu dia na obra trabalhando do que na minha própria minha casa” afirmou.

Em nota, a assessoria de imprensa do Consórcio Rio 2014 informou que o movimento ocorre dez dias depois de um acordo feito com representantes dos trabalhadores em torno de pauta de reivindicações. Dessa forma, o consórcio entende que não há motivo para a atual paralisação e informa que irá recorrer imediatamente à Justiça do Trabalho, para que o movimento seja declarado abusivo e os operários voltem a trabalhar. O consórcio acrescenta que, somente dessa forma, retomará as negociações com os representantes dos trabalhadores.


Edição: Juliana Andrade