Mantega diz que governo pode reduzir projeção de crescimento econômico

22/08/2011 - 23h35

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na noite de hoje (22), ao participar de um evento em que foi homenageado como economista do ano, em São Paulo, que o governo ainda não vai rever a projeção de crescimento para este ano, embora ele acredite que na próxima reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) a instituição vá rebaixar a projeção de crescimento da economia mundial, o que poderá provocar a reavaliação de crescimento da economia brasileira.

“Se houver uma queda do nível de atividade da economia internacional, vai acabar reduzindo o nível de crescimento dos emergentes”, disse o ministro, aos jornalistas.

Segundo Mantega, se houver uma queda no nível de atividade internacional, isso acabará afetando a demanda, que vai cair no mundo todo, e consequentemente afetar o preço das commodities, fazendo os países emergentes exportarem menos.

“Não vamos rever a projeção de crescimento para este ano porque ainda não se configurou um quadro dessa natureza. Agora está havendo alguma redução da projeção da economia mundial. A projeção para 2011 era de 4,4% - a média dos países avançados e emergentes. Agora já estou vendo projeções de 4%. Daqui exatamente a um mês vamos ter a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), quando o fundo refaz a projeção até o final do ano. E acredito que ele vá reduzir a projeção de 4,4%. Temos que ficar atentos porque, se vier isso, temos que nos preparar para nos opor, contrabalançar essa tendência, e não deixar a produção cair”.

Segundo Mantega, o Brasil tem condições de crescer 4,5% neste ano, já que apresenta vantagens sobre outros países. “Além da questão das reservas e dos bancos sólidos, temos um mercado doméstico forte e dependemos menos de exportações do que outros países. Não quer dizer que não seremos atingidos, mas menos do que países como a China, que tem 40% do seu PIB [Produto Interno Bruto] dependente de exportação. O nosso é 13%”.
 

 

Edição: Rivadavia Severo