Petrobras investirá US$ 35 bilhões nos próximos cinco anos para ampliar parque de refino

17/08/2011 - 20h32

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Dos US$ 70,6 bilhões que a área de Abastecimento da Petrobras estará investindo nos próximos cinco anos, cerca de US$ 35,3 bilhões serão destinados à ampliação da capacidade de processamento do parque nacional de refino, de forma a reduzir a dependência brasileira por derivados de petróleo, principalmente a do óleo diesel.

A informação é do diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa. Estão previstas cinco novas refinarias no país, que não construía uma unidade de produção há 32 anos.

Com uma capacidade de processamento de derivados da ordem de 1,85 milhão de barris por dia, a Petrobras está tendo que importar derivados para atender ao mercado nacional, que hoje consome cerca de 2 milhões de barris por dia.

Ao detalhar hoje (17) o Plano de Negócios da estatal para o período 2011-2015, Paulo Roberto Costa, disse que o Brasil importou, em 2010, cerca de 5% de todos os derivados líquidos que consumiu, principalmente o óleo diesel. Segundo ele, os Estados Unidos importaram 3%.

As projeções de Costa indicam que, se a estatal não optasse pela construção das cinco novas unidades de refino, o país chegaria a 2020 necessitando importar 900 mil barris de derivados por dia – o equivalente a 40% da demanda interna projetada para o final da década.

"Se nós não tivéssemos optado pela construção dessas novas unidades teria sido uma irresponsabilidade, pois iríamos quebrar o país. Ficaríamos reféns de outros mercados, o que seria uma tragédia. Não teríamos diesel para mover a nossa economia e ficaríamos altamente dependentes dos derivados produzidos no exterior”.

Ao defender a decisão pela construção das novas unidades, Costa lembrou que, a princípio, a ideia era agregar valor ao petróleo excedente tirado dos campos nacionais, mas, agora, a produção das cinco unidades será voltada exclusivamente para o mercado interno.

“A conjuntura mudou desde a decisão tomada. Agora, sabemos que todo o petróleo processado nas novas refinarias servirá para garantir a demanda interna, que cresce a números expressivos”.

Edição: Lana Cristina