França prepara pacote de medidas para reagir à crise econômica mundial

10/08/2011 - 15h32

Da Agência Lusa

Brasília – Em reunião extraordinária de quase duas horas, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro do país, François Fillon, decidiram hoje (10) que serão adotadas medidas denominadas de definitivas para proteger a economia francesa dos efeitos da crise financeira internacional e reduzir o déficit público. As propostas ainda estão em fase de elaboração.

As medidas deverão ser incorporadas ao Orçamento Geral da França de 2012. A discussão está marcada para o próximo dia 17. Inicialmente, o governo francês assumiu o compromisso de reduzir o déficit público, atualmente em 5,7 %, ainda este ano. As estimativas apontam para um déficit de 4,6% em 2012 e de 3% em 2013.

Sarkozy e Fillon querem assegurar a manutenção da atual classificação da dívida da França em AAA, o máximo na escala das agências de análise de risco. Até o dia 24, o governo francês prometeu anunciar as chamadas “decisões definitivas”. Tanto o presidente quanto o primeiro-ministro interromperam as férias para participar da reunião extraordinária.

“As decisões definitivas serão tomadas em 24 de agosto, durante reunião que irá contar com a presença do presidente da República francesa, do primeiro-ministro, do ministro da Economia e das Finanças [François Baroin] e da ministra do Orçamento [Valérie Pécresse]", disse a Presidência da República da França, em comunicado.

O Ministério das Finanças da França negou ainda os rumores que apontam para a revisão em baixa do rating da dívida francesa, o que levou a fortes quedas nas bolsas. A de Paris, por exemplo, chegou a cair mais de 5%. "Esses rumores são completamente infundados e as três agências – Standard&Poor´s, Fitch e Moody’s - confirmaram que não há risco de degradação”, disse o ministro das Finanças francês, François Baroin.

O principal índice da bolsa francesa, o Cac 40, fechou em queda. O Société Générale protagonizou a maior queda, ao perder 14,74%, depois de as ações do banco terem chegado a 23%. Um porta-voz do banco reagiu à desvalorização dos títulos informando que a empresa rebate as especulações sobre o eventual rebaixamento da nota da França, nas avaliações das agências de risco.