Economia dos Estados Unidos continuará como a locomotiva do sistema econômico mundial, avalia especialista

08/08/2011 - 18h05

Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A economia americana mostra força e vai voltar para os “trilhos” e continuar sendo a locomotiva do sistema econômico internacional. A avaliação é do professor de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Reinaldo Gonçalves. Para ele, a turbulência nas bolsas de valores do mundo, motivada pelo rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos, deve durar de um a dois anos.

O prazo é o mesmo que o economista projeta para a recuperação dos Estados Unidos, e, neste intervalo, segundo Reinaldo Gonçalves, o nervosismo no mercado financeiro deve produzir efeitos limitados sobre o mundo. “O que importa é o lado real da economia, com indivíduos gastando, empresas investindo, e o governo gastando”.

Na opinião de Reinaldo Gonçalves, a crise norte-americana está relacionada a questões políticas e de consumo. “O problema dos Estados Unidos é que os indivíduos e empresas não estão gastando e o governo está travado nessa briga política interna. Mas [o governo dos Estados Unidos] continua com grau de liberdade, então é provável que com a recuperação da economia americana, o mercado fique menos nervoso do que tem estado nas últimas semanas”.

O professor da UFRJ acredita que o problema político nos Estados Unidos comprometeu os gastos públicos e a proposta de distribuição de renda interna com novas taxas para os mais ricos. Mas, segundo ele, isso não afetou os investimentos do país em ciência e tecnologia, gastos bélicos e exportações. Para Reinaldo Gonçalves, esses instrumentos vão impulsionar a retomada econômica do país e refletir diretamente no mercado internacional.

Diante da previsão, o economista critica qualquer sinalização brasileira de venda de títulos do governo americano. “Seria um erro grave vender títulos do governo americano. Aplicar onde? Comprar títulos de quem? O mundo continua colocando muito dinheiro nos Estados Unidos porque é o centro do sistema econômico, monetário e financeiro internacional e vai continuar assim no horizonte previsível”.

 

Edição: Aécio Amado