Humala toma posse na Presidência peruana e anuncia aumento do salário mínimo

28/07/2011 - 20h16

Monica Yanakiew
Correspondente da EBC

Lima – A primeira medida adotada pelo presidente peruano, Ollanta Humala, é a elevação do salário mínimo a partir de agosto, até chegar a 750 soles (R$ 430) em 2012. O militar da reserva de 48 anos foi eleito no dia 19 junho, com a promessa de manter o crescimento econômico e distribuir melhor a renda. Dez milhões dos 30 milhões de peruanos moram na capital, Lima, e um terço da população vive abaixo da linha da pobreza.

O ex-presidente Alan Garcia, que governou o Peru nos últimos cinco anos, não foi ao Congresso para a posse de seu sucessor. Humala jurou sem a presença de Alan Garcia, cujo modelo econômico ele pretende manter.

O presidente prestou seu juramento sobre a Constituição de 1979, ignorando a Constituição de 1993, que está em vigor. Foi uma decisão política, aplaudida pelos simpatizantes de Humala e vaiada pelos seguidores de Keiko Fujimori, filha da ex-presidente Alberto Fujimori e rival do presidente na eleição. A Constituição de 1993 foi aprovada no governo de Fujimori, depois que ele dissolveu o Congresso, silenciando a oposição. Fujimori está preso no Peru, acusado de corrupção.

No discurso de posse, Humala repetiu as promessas de campanha de aumentar os recursos para os programas sociais. Os analistas políticos coincidem que ele foi eleito porque moderou seu discurso de nacionalista de esquerda e afastou-se de seu padrinho político, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e optou por seguir os passos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que investiu na área social, sem mudar a política econômica.

Depois de empossar os 18 ministros de seu novo gabinete, Humala ainda participou de sua primeira reunião internacional, com a presidenta Dilma Rousseff e os chefes de Estado de sete países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

Segundo o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, um dos temas que mais preocupa os presidentes da Unasul é o impacto da crise internacional na região. A reunião coincide com a crise nos Estados Unidos e na Europa.

 

 

Edição: Rivadavia Severo