Ministro português diz que investimento brasileiro será bem tratado no país

27/07/2011 - 19h52

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro de Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, disse hoje (27) que os investimentos brasileiros serão "bem tratados" em Portugal e que o país honrará seus compromissos apesar da crise financeira. O abalo da economia portuguesa e as privatizações que ocorrerão para tentar amenizar a quebra das contas internas foram temas do encontro entre Portas e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, que ocorreu hoje à tarde no Palácio do Itamaraty.

“Nós cremos que o investimento português e as empresas portuguesas são bem tratados no Brasil, também sabemos que devemos tratar bem os investimentos brasileiros em Portugal. É essa situação, em que ambos ganham, a nossa perspectiva enquanto governo”, disse o ministro português. De acordo com ele, as privatizações vão ocorrer de forma transparente e rigorosa e os investidores podem esperar segurança política, institucional e jurídica em Portugal.

O governo português adotou as privatizações para tentar amenizar a crise financeira resultante do estouro da dívida soberana. Em março, agências de classificação rebaixaram a nota de grau de investimento do país, o que agravou o clima de insegurança entre investidores e países parceiros. Uma ajuda financeira entre 70 bilhões e 80 bilhões de euros foi cogitada e países da União Europeia cobraram reformas e austeridade fiscal.

Para Patriota, caberá aos empresários brasileiros avaliarem a participação nas privatizações. "Isso compete ao empresariado e com base em considerações de interesse comercial. Vai ser um processo transparente em que haverá previsibilidade”, disse o ministro brasileiro. A expectativa é que, até 2013, sejam feitas privatizações que resultem em mais de 6 bilhões de euros para os cofres portugueses. Uma das estatais que devem passar pelo processo é a empresa aérea TAP, que já opera no Brasil.

Portas deixou o encontro tecendo elogios à economia brasileira. “O Brasil é hoje, por mérito próprio, um país muito importante e não é sequer uma economia emergente, é uma economia que já emergiu. E por isso é importante explicar bem qual é a narrativa correta do ponto de vista do governo português sobre a crise financeira”.

Sobre a crise da dívida interna dos Estados Unidos, Portas foi otimista: “mesmo que as notícias de hoje sejam preocupantes, eu acredito que as de amanhã serão melhores”. Já Patriota afirmou que a economia americana tem impacto sobre as demais, mas ressalvou que o Brasil tem bons indicadores para driblar uma possível crise.

Edição: Lana Cristina