Arrecadação federal deve fechar ano com crescimento real de 10%, prevê secretário da Receita

16/06/2011 - 17h53

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A desaceleração da economia está se refletindo na acomodação da arrecadação federal, disse hoje (16) o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto. Apesar da redução do ritmo de crescimento, ele projeta que as receitas totais do governo fechem o ano com crescimento de 10% sobre 2010, descontada a inflação oficial.

Segundo ele, a arrecadação está se comportando em linha com a economia, o que se reflete no recolhimento de impostos. “Principalmente no que diz respeito aos tributos sobre o consumo, há acomodação no ritmo de crescimento. Isso ocorre porque a economia está se expandindo, mas não na mesma intensidade que no ano passado.”

Nos cinco primeiros meses do ano, a arrecadação federal cresceu 10,69% em relação ao mesmo período do ano passado, considerando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse índice era de 15,34% em janeiro e de 11,51% no acumulado de janeiro a abril. A desaceleração, no entanto, não é explicada apenas pelo comportamento da economia.

“Os primeiros meses de 2011 foram influenciados pelo ano calendário de 2010. Por causa da lucratividade elevada no ano passado, muitas empresas pagaram mais Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido no início deste ano”, disse Barreto. Esse fator, ressaltou, ajuda a explicar por que os dois tributos foram os que mais contribuíram com a diferença na arrecadação entre 2010 e este ano.

Outro fator que ajudou a elevar o crescimento da arrecadação nos primeiros meses do ano foi o fato de os empresários anteciparem o pagamento do Imposto de Renda que, em tese, poderia ter sido recolhido até março. “Isso também explica o porquê de a arrecadação de janeiro ter surpreendido”, acrescentou.

Edição: João Carlos Rodrigues