Exportações mostram força para superar desequilíbrio cambial, aponta estudo do Ibre

19/05/2011 - 16h51

Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A queda de preços de alguns produtos básicos (commodities) no mercado internacional, como petróleo e grãos, não deve comprometer a meta brasileira de auferir US$ 245 bilhões este ano com exportações. A conclusão consta do Boletim Macro, apresentado hoje (19) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), no Rio de Janeiro.

Segundo a economista Lia Valls, as exportações brasileiras estão cada vez mais pautadas nas commodities que, atualmente, respondem por quase 45% de tudo o que é vendido para outros países. Mas, como o Brasil tem uma pauta bastante diversificada, acaba ficando menos vulnerável às oscilações de preço de um ou outro item.

“O comportamento do preço das commodities é muito importante. E, no cenário internacional, mesmo que não haja mais aumento, elas estão num nível bastante elevado, o que garante nossas exportações. Além disso, o mercado chinês continua demandando muito e é nosso principal destino”, explicou a economista.

De acordo com o Boletim Macro, a valorização real da taxa de câmbio continuou em abril, prejudicando ainda mais os exportadores. Mas o crescimento econômico dos países da América do Sul, principais compradores dos produtos brasileiros com maior valor agregado, deve manter as exportações em alta. "Até o momento, as previsões [sobre a economia dos países sul-americanos] foram todas revisadas, de crescimento maior do que se esperava”.

Em relação ao saldo comercial, o Ibre prevê um resultado de US$ 22 bilhões em 2011, US$ 3 bilhões acima da última previsão feita pelo instituto, de US$ 19 bilhões.

Para Lia Valls, o boletim revela que “o setor externo não é uma restrição para o crescimento econômico brasileiro. No final do ano passado estávamos esperando um déficit elevado e a previsão, agora, é alcançar um superávit muito maior do que se imaginava”.

Edição: Vinicius Doria