Presidente da Caixa nega bolha especulativa no mercado de imóveis, apesar dos preços altos

13/05/2011 - 17h16

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, afirmou hoje (13) que os feirões da Casa Própria, promovidos pela estatal em 13 cidades do país, vão mostrar que não há bolha especulativa no mercado imobiliário. Ele reconheceu que o aumento de preços dos imóveis pode prejudicar o acesso de algumas famílias à moradia, mas disse que “o mercado se autorregula e não é possível reajustar o imóvel acima da capacidade que o mercado tem de absorver [o aumento], então, isso se equilibra”.

Otimista com o aquecimento do setor, o presidente da Caixa informou que, até o último dia 6, a instituição tinha fechado contratos no valor de  R$ 21,5 bilhões, o mesmo montante registrado em igual período do ano passado. Na opinião dele, um bom desempenho, que pode chegar a R$ 81 bilhões no acumulado do ano.

Para o executivo, os preços de imóveis anunciados nos jornais nunca são os efetivamente praticados. Funcionam como base de negociação e acabam caindo para que o negócio seja fechado. As declarações foram dadas justamente no momento em que a Caixa Econômica lança mais um feirão de venda de casas e apartamentos. Hereda participou solenidade de abertura da sétima edição do Feirão da Casa Própria de São Paulo, que se estenderá até o próximo domingo. Em todo o país, serão 13 feiras do gênero, até o dia 12 de junho.

A expectativa de Hereda é que as vendas ao menos repitam o resultado de 2010, quando foram negociados R$ 8,4 bilhões em imóveis e fechados 93 mil contratos. Este ano foram postos à venda mais de 450 mil imóveis novos, usados e em construção (na planta), sendo 195 mil só na região metropolitana de São Paulo.

Hereda informou que a grande maioria dos frequentadores dos feirões da Caixa ganha mais de três salários mínimos. Do total de ofertas, 69 mil são imóveis que valem, no máximo, R$ 170 mil, teto para quem está na faixa de renda de três salários mínimos. Entre R$ 170 mil e R$ 500 mil, serão ofertados 94 mil imóveis.

O executivo prevê um mercado ainda mais aquecido no segundo semestre, com as vendas vinculadas ao programa Minha Casa, Minha Vida. “Os  prazos de até 30 anos [para pagar] e os juros reduzidos facilitam o acesso à moradia e a tendência é ampliar esses negócios”.

Nos feirões, os interessados contam todos os serviços necessários para a compra do imóvel. Para aprovação do crédito é necessário levar, além de documento de identidade e CPF, comprovante de residência e os três últimos contracheques. No caso de renda informal, os técnicos vão analisar os extratos bancários e as faturas dos três últimos meses do cartão de crédito. Mais informações sobre o feirão poderão ser obtidas na página do feirão na internet.

Edição: Vinicius Doria