MPF pede que procuradoria intervenha nas investigações do acidente com o voo 447 da Air France

11/04/2011 - 18h20

Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil

Brasília - Responsável pelo inquérito criminal sob a responsabilidade da Procuradoria da República em Pernambuco, o procurador Anderson Vagner Gois dos Santos recorreu ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para tentar obter a ajuda da Aeronáutica nas investigações do acidente do voo 447 em que morreram 228 pessoas.

Santos já havia solicitado ajuda diretamente ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), mas, segundo o próprio procurador, o órgão teria se negado a colaborar porque o acidente ocorreu em águas internacionais e a responsabilidade pela investigação cabe às autoridades francesas.

Diante da negativa, Santos solicitou ao procurador-geral que recorra ao Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar o Cenipa a ceder técnicos que possam ajudá-lo a interpretar as informações contidas nos documentos que lhe foram entregues pela Associação das Famílias e Vítimas do Voo 447 da Air France.

Na última sexta-feira (8), o presidente da associação, Nelson Faria Marinho, esteve reunido, separadamente, com o chefe do Cenipa, brigadeiro José Pompeu Brasil, e com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, em Brasília e anunciou à imprensa que Jobim teria se comprometido a pedir ao órgão militar que traduza a documentação trazida da França. A informação ainda não foi confirmada pelo ministério.

O Ministério Público Federal (MPF) também já havia pedido que a Justiça francesa compartilhasse todas as provas e informações produzidas pelos especialistas europeus. A solicitação foi atendida e, segundo a assessoria da procuradoria, resultou em duas diligências conjuntas entre as autoridades francesas e o MPF em Pernambuco, que continua acompanhando e auxiliando as investigações francesas.

Em nota, a Procuradoria da República em Pernambuco informou que o inquérito que corre no Brasil só resultará na responsabilização criminal dos eventuais culpados se for provado que, além de falhas no avião, ficar evidenciada a responsabilidade de pessoas ligadas a Airbus (fabricante da aeronave) ou da empresa aérea Air France.
 

 

Edição: Rivadavia Severo