Parentes de vítimas e alunos abraçam escola onde ocorreu massacre em Realengo

09/04/2011 - 17h32

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Centenas de alunos, ex-alunos, amigos e parentes de vítimas do tiroteio na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio, deram um abraço simbólico no colégio na tarde de hoje (9) para homenagear os 12 mortos e os feridos no ataque. Durante o ato, as pessoas fizeram orações e mostraram cartazes pedindo segurança nas escolas e nas ruas da cidade.

O muro da escola foi transformado em um santuário, com flores, velas, fotos e mensagens para as vítimas do atirador Wellington de Oliveira, de 23 anos, que invadiu o local na última quinta-feira (7). Vestindo uma camisa com a foto do filho Rafael, morto no atentado, Carlos Maurício Pinto participou do abraço ao colégio.

“A dor é muito difícil. Vizinhos, amigos de escola e outros pais ajudam a gente a confortar nosso coração. Esse abraço que está sendo dado no colégio ajuda muito no conforto. Mas a dor não acaba nunca, vai continuar eternamente”, disse.

Quatro meses depois de concluir o ensino fundamental na Escola Municipal Tasso da Silveira, a jovem Marcele Pereira, de 15 anos, voltou à porta do colégio nesta tarde para prestar uma homenagem às vítimas. Marcelle conta que foi surpreendida quando descobriu ontem (8) que as duas irmãs gêmeas vítimas do tiroteio, Brenda e Bianca Tavares, são suas primas.

Bianca está entre os 12 estudantes mortos por Wellington de Oliveira. Sua irmã, Brenda, baleada nas mãos, continua internada no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), e passa bem. Marcelle, que soube do parentesco por meio de sua família, disse lamentar não ter conhecido Bianca.

Ela espera agora conhecer Brenda e manter laços com a prima sobrevivente do massacre. “Quero dar todo apoio a ela e até me desculpar por não estar ao lado dela no hospital. Eu queria ter conhecido elas antes. Se eu puder, vou estar com a Brenda em tudo. A irmã dela morreu, irmã gêmea. Elas deviam ter uma ligação muito forte. Então, como ela é minha prima, quero fazer tudo para ajudar”, disse.

Marcele conta que estudou durante oito anos, até o ano passado, na Escola Municipal Tasso da Silveira e diz que nunca houve casos de violência extrema, como o massacre da última quinta-feira.  “O que acontecia aqui eram apenas briguinhas entre alunos”, disse.

Edição: Andréa Quintiere