Da BBC Brasil

Brasília - Pelo menos 19 manifestantes foram mortos hoje (8), na cidade síria de Deraa, durante protestos contra o governo e em defesa da democracia, de acordo com testemunhas. Autoridades sírias, entretanto, afirmam que apenas um integrante das forças de segurança e o motorista de uma ambulância foram mortos.

Há relatos que informam que na capital da Síria, Damasco, forças de segurança dispararam contra a multidão que participava de mais um protesto. A TV estatal síria mostrou imagens das manifestações populares afirmando que “sabotadores abriram fogo contra moradores e forças de segurança”.

Houve protestos em pelo menos cinco cidades sírias nesta sexta-feira (8), dia da semana em que, geralmente, tem ocorrido as maiores manifestações, após as orações tradicionais. A cidade de Deraa, no Sul do país, tem sido um dos principais focos de manifestações.

A crise na Síria se acentuou, depois da prisão de adolescentes que escreveram frases críticas ao governo em muros de Deraa. Ativistas e grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que entre 60 e 130 pessoas morreram nos choques com as forças de segurança do governo nas últimas semanas, mas as autoridades locais estimam o número de mortos em cerca de 30.

Os protestos são considerados o maior desafio para a autoridade do presidente Bashar Al Aassad desde que substituiu o pai, Hafez Al Assad, em 2000. Em março, uma estátua de Hafez Al Assad em Deraa foi derrubada e um escritório do partido governista Baath, incendiado durante os protestos.

A Síria é mais um país do Oriente Médio que tem registrado manifestações em favor da democracia, semelhantes aos protestos que derrubaram os governos da Tunísia e do Egito. Na semana passada, Bashar Al Assad não conseguiu acalmar os ânimos da população ao afirmar, em discurso, que os protestos resultam de uma conspiração internacional e que estuda a revisão das leis que restringem as liberdades individuais.