Pedidos de asilo por imigrantes diminuem nos países desenvolvidos

28/03/2011 - 8h52

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil  

Brasília – O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) informou que em 2010 diminuiu o número de pessoas que pediram asilo político nos países desenvolvidos, com foco no Sul da Europa. Pelos dados da entidade, 358.800 pessoas pediram asilo a  44 países no ano passado. O número representa 5% menos do que no período de 2008 e 2009. Há dez anos, esse número chegou a 620 mil. Os principais pedidos são para os Estados Unidos, a França e Alemanha.

Para especialistas, a política de restrições à entrada de imigrantes adotada por alguns países é o principal fator de redução dos pedidos de asilo. As informações são da Acnur e da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa.

Segundo o Acnur, o número de pedidos de asilo em 2010 caiu em 33% em oito países próximos do Mar Mediterrâneo: a Albânia, o Chipre, a Grécia, Itália, Malta, Portugal, a Espanha e Turquia. Os pedidos caíram 94% em Malta, 53% na Itália e 36% na Grécia - países que nos últimos anos adotaram medidas para controlar o fluxo de imigrantes provenientes da África e do Médio Oriente pelo mar.

Os pedidos de asilo político aumentaram 49% na Alemanha, 32% na Suécia e 30% na Dinamarca. A Austrália e a Nova Zelândia registraram aumento de 31% dos pedidos, representando um total de 8.600 solicitações. Os Estados Unidos aindam são o destino mais cobiçado, com 55.530 solicitações de asilo em 2010. A maioria dos pedidos vem de chineses – no ano passado foram 6.500 a mais do que em 2009.

A França é o segundo destino mais procurado pelos imigrantes, com 47.800 pedidos. Os principais interesssados são procedentes da Geórgia, de Bangladesh e do Haiti. A Alemanha está na terceira posição, com 41.330 candidatos, principalmente dos Balcãs.

“A dinâmica global do asilo está mudando. O número de pedidos de asilo nos países industrializados é muito mais baixo do que há dez anos, enquanto os níveis aumentam de um ano para o outro em um pequeno número de países”, disse o chefe do Acnur e ex-primeiro-ministro português, António Guterres.

Edição: Graça Adjuto