Empresário da indústria está menos confiante no futuro da economia, mostra pesquisa

18/03/2011 - 17h17

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O empresário da indústria continua confiante sobre os rumos da economia brasileira, de acordo com pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 1.728 empresas do país no início deste mês. Apesar disso, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) caiu para 60,5 pontos, o indicador mais baixo desde outubro de 2009. O Icei varia de zero a 100 e valores acima de 50 indicam confiança.

O índice da CNI caiu 1,3 ponto em relação ao mês anterior e ficou 7,2 pontos abaixo de março do ano passado, quando o indicador atingiu o nível mais alto: 67,7 pontos. De acordo com nota técnica da CNI, “o otimismo está menos disseminado” neste início de ano. Isso sinaliza que os empresários esperam um cenário menos otimista para o desempenho das empresas e de seus negócios.

Segundo o gerente executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, o indicador mostra ajustes naturais que têm ocorrido desde o início de 2010. Apesar de o Icei demonstrar redução, o economista acrescentou que o fato de o indicador se manter acima de 60 pontos significa que “os empresários ainda estão otimistas”. Na avaliação deles, “a economia deve se manter em alta nos próximos seis meses”.

O Icei mais baixo é reflexo, segundo Castelo Branco, da desaceleração do crescimento da economia, com redução do ritmo principalmente nas atividades correntes, que têm demonstrado desempenho mais moderado nos últimos meses. Essa sensação de perda de ritmo reduziu o otimismo em todos os níveis de empresas pesquisadas: 245 de grande porte, 533 de porte médio e 950 pequenas empresas. Estas acusaram o maior declínio de confiança.

Por setores, as empresas que trabalham com produtos de limpeza e de perfumaria são as mais confiantes. O Icei dessas empresas cresceu 6,1 pontos na pesquisa da CNI, em relação ao mês de fevereiro. Em contrapartida, o setor de equipamento de transportes caiu 7,5 pontos e o de material eletrônico e de comunicação está menos otimista em 6,9 pontos.

Edição: João Carlos Rodrigues