Liberada depois de quase 12 horas de interdição, Ponte JK sofre problemas de desnível no piso

20/01/2011 - 20h29

Da Agência Brasil

Brasília – Interditada desde o início da manhã de hoje (20) devido a um desnível no piso, a Ponte JK foi parcialmente liberada no final da tarde para veículos leves, como carros de passeio e motos. Além disso, a velocidade permitida enquanto persistir o problema será de 40 quilômetros por hora (km/h).

A falha ainda não foi confirmada, mas, em nota, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) afirmou que o desnível foi constatado na região da junta de dilatação. Por precaução, o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) decidiu que ônibus e caminhões não podem trafegar na ponte por enquanto. Trafegam diariamente na ponte, segundo a Administração Regional do Lago Sul, 20 mil veículos.

Para o engenheiro Guilherme Sales Melo, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB), a falta de manutenção deve ser o principal motivo da falha. “Oscilações são usuais em pontes, resta saber se elas estão dentro do previsto. Não há nenhum dano estrutural grave. O desnível deve ser de 3 a 4 centímetros. A manutenção, há algum tempo, já não havia sido feita e será feita agora. É de uma importância total essa manutenção”, observou.

De acordo com o especialista em Patologias de Fundações e Estruturas da InfraSolo Engenharia, Dickran Berberian, há problemas visíveis na ponte. “A ponte é pendurada por um aço estendido que está cedendo e, possivelmente, o cabo que é preso está escorregando. Outro problema tem a ver com o apoio na junta que parece ter cedido de 6 a 8 centímetros”, disse.

Segundo o presidente da Novacap, Maurício Canovas, as inspeções começaram na tarde de hoje tanto na parte inferior como na parte superior da estrutura. “Amanhã [21], a ponte será inspecionada por técnicos da UnB, técnicos da Novacap, projetistas e construtores da ponte para avaliar as causas do desnível”, afirmou. Canovas disse que o problema será avaliado nas próximas 48 horas e que a vistoria será feita com a ponte funcionando. “A população pode ficar tranquila ao trafegar na terceira ponte”, garantiu.

Inaugurada em dezembro de 2002, a Ponte JK tem 1.200 metros de comprimento e é uma das principais vias de ligação entre o Plano Piloto – onde funcionam as estruturas administrativas do governo federal, o Congresso Nacional e órgãos do Judiciário – ao Lago Sul, cidade satélite considerada bairro nobre de Brasília.

Cartão postal da cidade, a ponte tem na sua forma estrutural três arcos que sustentam, por meio de cabos de aço, três tabuleiros com vão de 240 metros cada um. A Ponte JK está localizada, do lado do Plano Piloto, na área em que fica o Centro Cultural Banco do Brasil, onde o ex-presidente Lula trabalhou durante as obras do Palácio do Planalto e, no lado do Lago Sul, entre as quadras 24 e 26 – a parte mais afastada da cidade satélite.

Foi a terceira ponte de ligação entre o Plano Piloto e o Lago Sul a ser construída e contribuiu para desafogar o tráfego diário de cerca de 100 mil veículos nas outras duas pontes.

A primeira ponte do Lago Sul, conhecida como Ponte das Garças (oficialmente, a ponte se chama Presidente Médici) foi inaugurada em 1974 e tem 300 metros de comprimento. A Ponte Costa e Silva foi a segunda a ser construída na cidade satélite. Inaugurada em 1976, tem 400 metros de comprimento e foi projetada por Oscar Niemeyer. Seu estrutura é de um arco único, imitando uma garça pousando na água.

Edição: Lana Cristina