Relações entre Brasil e Chile serão mantidas inalteradas depois das eleições, diz embaixador

11/12/2009 - 21h36

Renata Giraldi
Enviada Especial
Santiago (Chile) - Às vésperas das eleições chilenas que indicam mudanças dasforças políticas de esquerda para a direita, o embaixador do Brasil noChile, Mário Vilalva, afirmou à Agência Brasil que tradicionalmente asrelações entre os dois países são excelentes, portanto, não há o quetemer. Para o diplomata, independentemente de quem será o vitorioso nasurnas, o que deve ocorrer apenas depois do segundo turno das eleições,em 17 de janeiro, o Brasil não será afetado negativamente.“Ganhequem ganhar muito pouco ou quase nada deve mudar nas relações entre oBrasil e o Chile”, disse o embaixador, que está há três anos e meio no cargo. “Tradicionalmente as relações entre o Brasil e o Chile são muitoboas. O barão do Rio Branco [patriarca da diplomacia brasileira]afirmava que o Chile e nós, brasileiros, temos uma amizade sem limites”.Acorrida presidencial pelo Palácio de La Moneda, a sede do governofederal no Chile, envolve o candidato da oposição Miguel SebastiánPiñera, da coligação Alianza (centro-direita); o ex-presidente EduardoFrei Ruiz, da coligação Concertación que conta com o apoio dapresidente do país Michelle Bachelet; o independente MarcoEnriquez-Ominami Gumucio e Jorge Arrate (da aliança Juntos PodemosMais), ambos da esquerda. Segundo o embaixador, a sociedadechilena passa por profundas mudanças. De acordo com ele, o rigor e oapego a antigas tradições estão sendo revistos principalmente peloaumento da população jovem no país. O exemplo disso, de acordo com ele,foram os temas de campanha que envolveram discussões, como alegalização da união entre pessoas do mesmo sexo e do aborto.“Asociedade chilena vem mudando desde a eleição da presidente Bachelet.Ela era uma outsider da política. É uma evolução da sociedade econstante. Isso representa que o chileno está mudando”, disse Vilalva à AgênciaBrasil, lembrando que Bachelet não tem um passado como políticaembora tenha sido ministra da Saúde e da Defesa, construiu suatrajetória como médica pediatra. “A sociedade chilena quer a inovação”.Segundoo embaixador, Piñera que representa as forças de centro-direita e oconservadorismo não pode ser associado aos seguidores do ex-ditadorAugusto Pinochet. “O Sebastián Piñera é um empresário bem-sucedido eque reúne apoio entre os conservadores, mas tem respeito e admiraçãopelo presidente Lula [Luiz Inácio Lula da Silva], por exemplo”, afirmou.As eleições no Chile serão realizadas domingo (13),das 7h às 16h. A expectativa é de que à noite o resultado seja conhecido.Cerca de 9 milhões de chilenos, com mais de 18 anos, irão às urnas nasnove regiões eleitorais do país. A boca de urna é proibida no Chile.As pesquisas de opinião indicam que haverá segundo turno, uma vezque o vitorioso deve obter mais de 50% dos votos e o eleitoradodemonstra estar dividido.