Brasil precisa criar órgão para fiscalizar programação das TVs, defende ouvidor da EBC

18/10/2009 - 16h33

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Para melhorar a qualidade dos programas exibidos na televisão brasileira o país precisa criar um órgão regulador com a função de mediar os interesses da sociedade e das emissoras. A avaliação é do ouvidor da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o jornalista Laurindo Lalo Leal.Em debate promovido pelas rádios Nacional e Nacional da Amazônia sobre a campanha Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania, que completa quatro anos hoje (18), Lalo disse que o país não possuiu instrumentos jurídicos para para fiscalizar o conteúdo das emissoras de televisão.    “Não temos instrumentos [legais]. Infelizmente, com exceção das emissoras não comerciais, a maioria das grandes emissoras funciona de acordo com o mercado. Aqueles programas que dão mais audiência são colocados no ar e não há, para obtenção da audiência, outros critérios que não aqueles que buscam audiência a qualquer preço”, criticou Lalo. “As pessoas, às vezes, esquecem que é um serviço público que precisa ser acompanhado pela sociedade para que ele mantenha, de alguma forma, um nível de qualidade”, completou o ouvidor da EBC.Para ele, o Brasil precisa seguir exemplo de países da Europa e também dos Estados Unidos, que possuem órgãos reguladores para acompanhar o que é veiculado nas empresas que possuem concessões públicas de comunicação. “É necessário que a sociedade se organize e a companha é um bom exemplo disso. É preciso que as pessoas se organizem para, de alguma forma, conquistar no início do século 21 algo que sociedades democráticas consolidadas, como nos Estados Unidos e na Europa, já fizeram no meio do século passado, que foi a criação de órgãos reguladores”, argumentou Lalo.“Apesar do temor dessa palavra [reguladora], não se pode fugir dela. [Tem que se criar] um órgãos democrático, com a participação ampla e diversificada da sociedade para que se possa estabelecer, não controlar, uma mediação entre o público e os concessionários de comunicação. Sentir o pulsar da sociedade, saber o que ela precisa e fazer com que isso chegue aos veículos de comunicação”, pontuou. “O Brasil está muito atrasado em relação a isso”, observou Lalo.