Conselho de Ética do Senado se reúne na quarta para apreciar denúncias contra Sarney

03/08/2009 - 21h54

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho de Éticase reúne na próxima quarta-feira (5) para apreciar as12 denúncias e representações, apresentadasantes do recesso de julho, contra o presidente do Senado, JoséSarney, e o líder do PMDB, Renan Calheiros, mas nãovotará nenhuma delas.A informaçãofoi dada pelo presidente do Conselho de Ética, senador Paulo Duque(PMDB-RJ), hoje (3), em entrevista à Agência Brasil, aodesembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília.Duque disse queapresentará o parecer dos processos “um a um” e que vaicumprir o regimento, não colocando em votação ospareceres na reunião desta semana.Ele não quisantecipar seu voto e declarou que “quem não estiversatisfeito com os pareceres tem o prazo regimental de dois dias pararecorrer a uma decisão do plenário do Conselho deÉtica”.O parlamentaracrescentou que o requerimento de recurso, neste caso, tem que contarcom o apoio de cinco dos 16 senadores do colegiado.Segundo Duque, adecisão de trabalhar com os prazos previstos no regimento, jáque havia a possibilidade de os recursos serem analisados deimediato, forçosamente, vai jogar para a próxima semanauma deliberação do Conselho de Ética sobre osdestinos das representações e denúncias contraSarney e Renan. Ele disse, ainda, quechegou a cogitar a possibilidade de unificar as denúncias erepresentações, mas viu que isso não seriapossível. Todasas denúncias que aguardam deliberação doconselho foram encaminhadas pelo líder do PSDB, ArthurVirgílio Neto (AM). Três delas foram acolhidas pelo partido, que encaminhou representações partidáriascom o mesmo conteúdo. Asdenúncias contra o presidente do Senado requerem, por exemplo,investigação sobre sua responsabilidade direta pelosatos praticados na Fundação José Sarney; aalegação de que Sarney quebrou o decoro parlamentar ao afirmar, em plenário, quedesconhecia a existência de atos secretos; e o pedido para quese investigue o conteúdo das gravações, feitaspela Polícia Federal, com autorização judicial,durante a Operação Boi Barrica em 2006. Uma destasgravações, conforme o jornal O Estado de S. Paulo,mostra uma conversa entre Sarney e seu filho, o empresárioFernando Sarney, na qual tratam de uma vaga no Senado para o namoradode uma de suas netas.Oresultado desta investigação levou a PolíciaFederal a indiciar Fernando Sarney por formaçãode quadrilha, criação de instituiçãofinanceira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.