FMI sugere reforma trabalhista e autonomia do Banco Central

10/01/2006 - 21h36

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Mesmo com a quitação da dívida brasileira com o Fundo Monetário Internacional (FMI) a parceria entre os dois irá continuar, segundo o diretor-gerente do Fundo, o espanhol Rodrigo de Rato. Segundo ele, a função do FMI não é apenas resolver crises, mas também trabalhar para garantir estabilidade econômica.

Para manter essa estabilidade, Rato sugeriu a manutenção da disciplina fiscal, a redução de barreiras comerciais, a simplificação dos processos de abertura e regularização de empresas e até mesmo reforma trabalhista. Também defendeu maior autonomia para o Banco Central. "Seria muito bom que houvesse progressos no objetivo do governo de dar autonomia operacional ao Banco Central, o que aumentaria a credibilidade do sistema de metas de inflação, e por sua vez abriria espaço para uma maior redução da taxa real de juros", opinou.

"Estamos ingressando numa nova era. O Brasil já não deve mais ao FMI, mas o Fundo continuará a ser um parceiro de confiança no diálogo de políticas", disse. "Nossa meta, no Fundo, será fazer todo o possível para apoiar o governo brasileiro na expansão das conquistas recentes, na consolidação da estabilidade macroeconômica e na promoção das reformas, a fim de ajudar o Brasil a realizar seu enorme potencial econômico e melhorar os padrões de vida da população, especialmente dos pobres", destacou.