CPI investiga envolvimento de fiscais do Rio na remessa ilegal de dinheiro ao exterior

01/02/2003 - 18h36

Rio, 1/2/2003 (Agência Brasil - ABr) - O deputado estadual Paulo Mello, líder do PMDB na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, que deve assumir a presidência da CPI da Corrupção dos fiscais do Rio, disse que o objetivo da comissão é levantar provas que possam caracterizar os possíveis crimes dos envolvidos. Ele explicou que a CPI da Corrupção, que resultou no impeachment do ex-presidente Fernando Collor, teve resultados no campo político, mas que na comissão que será instalada na Assembléia Legislativa os parlamentares querem atingir também a questão jurídica. Para isso, se houver necessidade, segundo o deputado, integrantes da CPI podem ir à Suíça para apurar a participação dos envolvidos.

Paulo Mello disse não haverá restrições nos trabalhos de apuração dos parlamentares. "Nós não somos levianos. Não existirá por parte da CPI nenhum tipo de protecionismo. Desde o momento em que os autos da CPI tenham provas, nós vamos chamar quem for necessário", explicou o futuro presidente da comissão.

O deputado estadual Carlos Minc (PT), que deve ser um dos relatores, mostrou cópias de extratos bancários de Rodrigo Silveirinha. Os documentos mostram que o fiscal, no dia 9 de janeiro, sacou R$ 220 mil de uma conta dele no Unibanco. A cópia, segundo o deputado, foi entregue pelo advogado Clóvis Sahione, que defende Rodrigo Silveirinha, ao delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Investigações Especiais. "Eu imagino que o Silveirinha resgatou esse dinheiro pensando que as contas seriam bloqueadas, o que realmente aconteceu dias depois", explicou Carlos Minc.

O deputado disse ainda que existe um acordo para que logo no primeiro dia sejam feitos os pedidos de prisão preventiva de todos os acusados para evitar que eles deixem o país.
O requerimento para a instalação da CPI será apresentado na segunda-feira (3) e publicado na terça-feira (4). Na quarta-feira (5), os nove parlamentares que vão compor a comissão se reúnem para decidir a lista de convidados a prestar depoimento.

A CPI terá 120 dias para concluir os trabalhos, caso seja preciso esse prazo poderá ser ampliado por mais 60 dias.