Diretor-geral do Dnocs recebe missão de ressuscitar o departamento

27/01/2003 - 21h07

Brasília, 27/1/2003 (Agência Brasil - ABr) - Ao tomar posse hoje, às 15h, em Fortaleza, o
diretor-geral do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), Eudoro Santana, disse que o órgão terá quatro grandes funções: o gerenciamento e desenvolvimento dos recursos hídricos da região semi-árida, o desenvolvimento da pesca e da aquicultura, o desenvolvimento hidroagrícola e a regeneração dos ecossistemas, além do combate à desertificação.

O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, ao saudar o recém-empossado diretor-geral, recomendou a repetição de medida adotada logo que assumiu o cargo, no dia 2 passado. "Feche o caixa, suspenda as licitações, corte contratos, reveja preços", discursou. "Isso, infelizmente, se faz necessário porque é o que se impõe em razão da realidade atual. A missão é ressuscitar o Dnocs, a bem dos que têm sede, dos que querem produzir, dos que não suportam mais a malversação do dinheiro público".

A solenidade, realizada na sede do Dnocs, foi presidida pelo ministro Ciro Gomes, e contou com a presença dos governadores do Ceará, Lúcio Alcântara, de Alagoas, Ronaldo Lessa, e do vice-governador do Piauí, Osmar Ribeiro de Almeida. A posse reuniu também parlamentares federais,
estaduais, prefeitos e vereadores.

Durante o discurso, Eudoro Santana ressaltou que assumiu a diretoria do Dnocs num momento ímpar da história do órgão e do Brasil. "O País renasce de uma morte anunciada e temos na Presidência da República e no Ministério da Integração Nacional dois nordestinos, conhecedores da região e que, por isso, estão comprometidos com o Nordeste." O novo diretor lembrou ainda que, no início do século passado, o Dnocs foi a maior empreiteira pública do Nordeste, quando chegou a ter 14 mil servidores.

"Aos poucos o departamento foi perdendo as funções, o poder. Por omissão e por equivocadas decisões políticas, se transformou num simples repassador de recursos", avaliou. "Mas isso, agora, vai mudar." Eudoro Santana avisou que, com a decisão do presidente Lula e com a
inspiração do ministro Ciro Gomes, será implantado no Brasil uma política nacional de convivência com o semi-árido, em articulação com outros Ministérios. "Pela grande experiência que o Dnocs acumula, terá um papel fundamental nessa mudança", acredita.

"A escassez hídrica, principal obstáculo para o desenvolvimento do Nordeste, tem agora grande
possibilidade de ser resolvida com a transposição do São Francisco a partir das águas vindas do Tocantins." No final do discurso, Eudoro Santana fez questão de salientar que a Região Nordeste vive momento marcante de sua história com um nordestino, retirante da seca, na Presidência da República. Citou também o ministro da Integração Nacional que, quando governou o Ceará, foi pioneiro, no Brasil, na transposição de bacias, com o Canal do Trabalhador, que tem 110 quilômetros de extensão e que foi construído na seca de 1993, em regime de emergência, no prazo de 90 dias.