Desenvolvimento estimula ações afirmativas em empresas

21/02/2002 - 13h39

Brasília, 21 (Agência Brasil - ABr) - Com o objetivo de promover a democratização das relações entre gêneros e raças, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, assinou, na manhã de hoje, uma portaria determinando que o Ministério e o Instituto Nacional de Colonização Agrária (Incra) só poderão, a partir de agosto, realizar contratos e licitações com empresas que tenham preocupação com a diversidade em seus quadros.
Essas instituições deverão comprovar que desenvolvem ações afirmativas, que não é a quota de 30% das vagas destinadas aos negros, mas ações de cunho social, que resgatam a cidadania e respeitam a diversidade de raça e gênero em seus quadros.
"Isso significa que nós estamos abrindo a questão da ação afirmativa para um mercado de milhões de pessoas. Estamos levando a importância da necessidade de igualdade para dentro do mercado formal brasileiro", explicou Raul Jungmann.
"Por exemplo, o Incra vai fazer uma licitação para comprar computadores. Quando empresas nos enviarem cartas propostas, iremos verificar se elas têm programas de ação de diversidade, se tiverem, entram na licitação, se não, ficam de fora", explicou o ministro.
No caso do Ministério do Desenvolvimento, há dois anos já desenvolve o sistema de quotas, tanto as mulheres quantos os negros já têm a participação assegurada no quadro de pessoal do Ministério.
Raul Jungmann disse ainda que, no próximo dia 28, em São Paulo, durante evento na Fiesp, ele e os ministros da Cultura, Francisco Weffort, e da Justiça, Aluysio Nunes Ferreira, estarão reunidos com cerca de 200 lideranças empresariais do país, para lançar as propostas de ações empresariais e afirmativas.
"Queremos levar à classe empresarial a importância de se ter uma política de ação afirmativa para raça e gênero", informou o ministro.