Assis Brasil https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/140677/all pt-br Programas sociais brasileiros serão compartilhados com o Peru https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-11-11/programas-sociais-brasileiros-serao-compartilhados-com-peru <p><em>Da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist701377/prev/AgenciaBrasil180812MCA_21.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 5px; float: right;" />Bras&iacute;lia &ndash; O Brasil levar&aacute; a experi&ecirc;ncia com o Programa Farm&aacute;cia Popular para o Peru, disse hoje (11) a presidenta Dilma Rousseff, durante visita oficial de um dia ao pa&iacute;s. A coopera&ccedil;&atilde;o na &aacute;rea de sa&uacute;de ser&aacute; voltada para a produ&ccedil;&atilde;o de medicamentos contra a mal&aacute;ria e a tuberculose. A medida oferecer&aacute; rem&eacute;dios a pre&ccedil;os acess&iacute;veis para doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas.</p> <p> Em discurso, a presidenta destacou um conjunto de projetos bilaterais entre o Brasil e o Peru na &aacute;rea social. Entre elas, est&aacute; a medida relacionada ao combate de tr&aacute;fico de pessoas. &ldquo;Chegamos a um acordo de coopera&ccedil;&atilde;o para combater a rede de tr&aacute;fico de pessoas, como os haitianos, eles s&atilde;o bem-vindos e n&atilde;o queremos que sejam v&iacute;timas de coiotes [pessoas que cobram para a travessia fronteiras ilegalmente]. Abrimos a nossa embaixada para que eles possam entrar&rdquo;, destacou.</p> <p> Em 2012, munic&iacute;pios acrianos como Assis Brasil e Brasileia tiveram problemas com a imigra&ccedil;&atilde;o em massa de haitianos. Brasileia, fronteira com a Bol&iacute;via, recebeu at&eacute; 4 mil pessoas que se abrigaram pelas pra&ccedil;as da cidade. Assis Brasil, fronteira com I&ntilde;apari (Peru), foi o primeiro port&atilde;o de entrada de haitianos que buscam, no pa&iacute;s, melhor oportunidade de vida. A grande maioria foi v&iacute;tima de coiotes, geralmente compatriotas.</p> <p> Na agenda da presidenta tamb&eacute;m est&aacute; a rela&ccedil;&atilde;o comercial entre os dois pa&iacute;ses. Segundo Dilma, nos &uacute;ltimos dez anos o investimento brasileiro no Peru cresceu quatro vezes e atualmente soma US$ 6 bilh&otilde;es, por meio de mais de 70 empresas. &ldquo;Com o com&eacute;rcio eletr&ocirc;nico, de janeiro a setembro deste ano, as exporta&ccedil;&otilde;es do Peru ao Brasil cresceram mais de 50%&rdquo;, disse. Segundo a presidenta, o Brasil terminar&aacute; o ano como o terceiro maior parceiro comercial do Peru.</p> <p> Tamb&eacute;m foram assinados acordos de compartilhamento de dados da rede de telecomunica&ccedil;&otilde;es na regi&atilde;o de fronteira para possibilitar que n&atilde;o seja cobrado<em> roaming</em> internacional nas liga&ccedil;&otilde;es de celular entre cidades na fronteira dos dois pa&iacute;ses.</p> <p> A visita oficial da presidenta Dilma Rousseff marca os dez anos da Alian&ccedil;a Estrat&eacute;gica Brasil-Peru. Na ocasi&atilde;o, tamb&eacute;m ser&aacute; realizado o Foro Empresarial Brasil-Peru, que reunir&aacute; 400 empres&aacute;rios dos dois pa&iacute;ses, debater&aacute; o com&eacute;rcio bilateral que alcan&ccedil;ou US$ 2,9 bilh&otilde;es entre janeiro e setembro deste ano, um aumento de 8,8% em rela&ccedil;&atilde;o ao mesmo per&iacute;odo de 2012.</p> <p> Entre os pa&iacute;ses da Am&eacute;rica do Sul, o Peru &eacute; o terceiro maior destino dos investimentos brasileiros, com estoque de US$ 1,9 bilh&atilde;o. Em Acordo de Complementa&ccedil;&atilde;o Econ&ocirc;mica, entre o Mercosul e o Peru, o Brasil j&aacute; concede ao pa&iacute;s 100% de prefer&ecirc;ncias tarif&aacute;rias para mais de 6,5 mil produtos.</p> <p> Em 2013, o Peru dever&aacute; conceder o mesmo benef&iacute;cio ao Brasil para 687 produtos. J&aacute; em 2014, ser&atilde;o concedidos para 5.464 produtos, alcan&ccedil;ando a totalidade em 2019, quando 100% dos mais de 6,5 mil produtos do acordo estar&atilde;o livres de imposto de importa&ccedil;&atilde;o.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Marcos Chagas</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias, &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong><br /> &nbsp;</p> Agência Brasil Assis Brasil Brasileia coiotes comércio compartilhamento de dados Doenças Crônicas farmácia popular fronteira haitianos Internacional malária peru programas sociais remédios telecomunicações Tráfico de pessoas tuberculose Mon, 11 Nov 2013 20:12:42 +0000 mchagas 734660 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Nível do Rio Acre impõe alerta ao governo do estado https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-06-12/nivel-do-rio-acre-impoe-alerta-ao-governo-do-estado <p>Aline Leal<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p>Bras&iacute;lia &ndash; O n&iacute;vel do Rio Acre atingiu 2,5 metros abaixo do esperado para o m&ecirc;s de junho, depois de registrar em maio a mais baixa medi&ccedil;&atilde;o dos &uacute;ltimos 42 anos em um segundo trimestre.</p> <p>De acordo com Carlos Gundim, coordenador da Defesa Civil, o abastecimento de &aacute;gua n&atilde;o foi afetado, mesmo assim o governo decretou estado de emerg&ecirc;ncia nas cidades de Xapuri, Epitaciol&acirc;ndia, Brasileia e Assis Brasil e na capital, Rio Branco.</p> <p>&Eacute; uma medida preventiva, porque os meses de maior estiagem s&atilde;o agosto e setembro, quando h&aacute; risco de desabastecimento de &aacute;gua. O decreto tem validade de 90 dias e pode ser prorrogado.</p> <p>O governo do Acre pediu o apoio da Secretaria Nacional de Defesa Civil para a compra de bombas flutuantes, mais eficazes na capta&ccedil;&atilde;o de &aacute;gua do rio do que as bombas estacion&aacute;rias, usadas no estado.</p> <p>&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> <p><em>Edi&ccedil;&atilde;o: Beto Coura</em></p> <p><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> Assis Brasil Brasileia Carlos Gundim Epitaciolândia Estiagem no Acre Nacional Rio Acre Rio Branco secretaria nacional de defesa civil Xapuri Wed, 12 Jun 2013 21:49:44 +0000 alberto.coura 722865 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Saneamento básico será principal desafio para novos prefeitos do Acre https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-08-24/saneamento-basico-sera-principal-desafio-para-novos-prefeitos-do-acre <p> <img alt="" src="http://agenciabrasil.ebc.com.br/ckfinder/userfiles/images/selo_ABR_eleicoes2012.png" style="width: 720px; height: 116px;" /></p> <p> Marcos Chagas<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia - Os prefeitos que forem eleitos em munic&iacute;pios acrianos como Rio Branco, Capixaba, Assis Brasil e Brasileia ter&atilde;o um desafio comum pela frente que &eacute; realizar ou concluir obras de saneamento b&aacute;sico. Na capital, por exemplo, bairros de comunidades mais carentes, como Taquari, t&ecirc;m pronta a instala&ccedil;&atilde;o da rede de &aacute;gua, mas ainda est&aacute; inoperante.</p> <p> Esgoto nesse bairro de Rio Branco, cidade com 319.825 habitantes segundo o senso de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (IBGE), n&atilde;o existe. &ldquo;Em todo o canto chega &aacute;gua tratada e, para n&oacute;s, nada&rdquo;, diz a moradora de Taquari, Maria das Dores de Santana, do lar, 67 anos.</p> <p> Em Capixaba, munic&iacute;pio &agrave; margem da Estrada do Pac&iacute;fico, distante 90 quil&ocirc;metros de Rio Branco, a rede de esgoto tamb&eacute;m inexiste. O comerciante Alberto Nunes Cardoso, 54 anos, disse que as obras de constru&ccedil;&atilde;o come&ccedil;aram a ser instaladas agora.</p> <p> Sem o esgoto, resta aos moradores constru&iacute;rem as chamadas &ldquo;fossas negras&rdquo;, buracos feitos na terra para dep&oacute;sito dos dejetos. O munic&iacute;pio, que tem 77.323 habitantes, tem rede de &aacute;gua instalada, no entanto, o comerciante disse que s&oacute; quem a utiliza s&atilde;o pessoas que n&atilde;o tem po&ccedil;o artesanal em casa.</p> <p> Marinelza do Nascimento Pereira, do lar, 31 anos e moradora de Assis Brasil, &eacute; outra que reclama da precariedade dos servi&ccedil;os de saneamento b&aacute;sico de sua cidade. A rede de &aacute;gua, segundo ela, s&oacute; tem um cano de fornecimento para as resid&ecirc;ncias do munic&iacute;pio de 6 mil habitantes. Marinelza destacou que uma empresa est&aacute; na cidade para tentar resolver o problema.</p> <p> &ldquo;A &aacute;gua distribu&iacute;da &eacute; suja e n&atilde;o sei como bebem&rdquo;, disse a moradora de Assis Brasil. A reportagem constatou que v&aacute;rios moradores da cidade, como o comerciante J&uacute;nior de Melo Souza, 45 anos, recorre ao uso de pastilhas de hipoclorito para tratar a &aacute;gua recebida.</p> <p> Em Brasileia, cidade de 21 mil habitantes, o problema da distribui&ccedil;&atilde;o de &aacute;gua pot&aacute;vel &eacute; consequ&ecirc;ncia da enchente do Rio Acre, no in&iacute;cio de 2012, a pior da hist&oacute;ria do munic&iacute;pio. O dono de farm&aacute;cia, Licurgo Hassem, nascido em Brasileia h&aacute; 57 anos, disse que com a cheia, a &aacute;gua do rio invadiu e estourou as tubula&ccedil;&otilde;es da rede. Ele falou que as obras de restaura&ccedil;&atilde;o das adutoras j&aacute; est&atilde;o em execu&ccedil;&atilde;o.</p> <p> A assessora t&eacute;cnica da Secretaria de Meio Ambiente do Acre (Sema), Vera Reis, reconheceu &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil </strong>que tanto na capital quanto em munic&iacute;pios do estado, existem bairros sem qualquer obra de saneamento. Ela disse que os investimentos necess&aacute;rios para a instala&ccedil;&atilde;o de redes de &aacute;gua e esgoto est&atilde;o sendo feitos.</p> <p> Outro problema para os prefeitos que ser&atilde;o eleitos no Acre &eacute; o ensino p&uacute;blico. Em Capixaba, o comerciante Alberto Nunes disse que s&oacute; existe uma escola de ensino fundamental. &ldquo;Na escola s&oacute; tem o ensino b&aacute;sico. Quem quiser continuar os estudos tem que ir para as escolas de Rio Branco&rdquo;. No bairro de Taquari, na capital, o pedreiro Ant&ocirc;nio Ferreira de Oliveira, 35 anos, disse que para arrumar uma vaga na escola &ldquo;&eacute; um protocolo doido&rdquo;. De acordo com ele, o bairro tem dois col&eacute;gios com ensino fundamental e n&iacute;vel m&eacute;dio e outro destinado apenas ao fundamental.</p> <p> Licurgo Hassem disse que Brasileia foi contemplada, em 2011, com o t&iacute;tulo de melhor ensino p&uacute;blico do estado. &ldquo;O problema &eacute; que [mesmo com a nota], os estudantes n&atilde;o atingiram a m&eacute;dia m&iacute;nima exigida&rdquo;. Para ele, falta melhor qualifica&ccedil;&atilde;o e sal&aacute;rios mais altos para os professores.</p> <p> Em Assis Brasil, mesmo pessoas com pensamento mais cr&iacute;tico quanto &agrave; destina&ccedil;&atilde;o dos recursos p&uacute;blicos mostraram orgulho ao falar do ensino p&uacute;blico prestado. &ldquo;As escolas at&eacute; que s&atilde;o boas aqui. N&atilde;o estuda quem n&atilde;o quer. Temos professores formados, competentes&rdquo;, disse Marinelza do Nascimento. Recentemente 92 estudantes de Assis Brasil se formaram na Universidade Federal do Acre. &ldquo;Isso para n&oacute;s &eacute; um marco por causa do tamanho da cidade&rdquo;, disse J&uacute;nior Melo.</p> <p> Nenhum entrevistado reclamou da seguran&ccedil;a p&uacute;blica em seus munic&iacute;pios. Moradores de bairros de periferia de Rio Branco disseram que a pol&iacute;cia passa com frequ&ecirc;ncia nas ruas. Em Assis Brasil e Brasileia, cidades que fazem fronteira com o Peru e a Bol&iacute;via, a reportagem constatou nas ruas alta frequ&ecirc;ncia do policiamento.</p> <p> A presta&ccedil;&atilde;o de servi&ccedil;os de sa&uacute;de p&uacute;blica &eacute; outro tema controverso. Em Rio Branco, mesmo no Taquari, praticamente &eacute; consenso que &ldquo;mesmo ruim&rdquo;, os servi&ccedil;os de sa&uacute;de t&ecirc;m melhorado, conforme relatou Maria das Dores de Santana, 67 anos. J&aacute; em Capixaba o comerciante Augusto Nunes n&atilde;o poupou reclama&ccedil;&otilde;es quanto ao atendimento, transporte de doentes e aus&ecirc;ncia de m&eacute;dicos para atender a quem busca a sa&uacute;de p&uacute;blica nos dois hospitais e um posto existentes na cidade.</p> <p> Nos bairros carentes da periferia de Brasileia, como Sama&uacute;ba e Leonardo Barbosa, a reclama&ccedil;&atilde;o &eacute; quanto &ldquo;&agrave;s promessas&rdquo; n&atilde;o cumpridas pelos candidatos em &eacute;poca de elei&ccedil;&atilde;o, inclusive na &aacute;rea da sa&uacute;de. &ldquo;N&atilde;o conhe&ccedil;o obra nenhuma, o problema &eacute; que eles falam muito&rdquo;, destacou Ivonaldo Gomes de Oliveira, nascido em Leonardo Barbosa.</p> <p> Assis Brasil conta com apenas um hospital rec&eacute;m-inaugurado. O hospital &eacute; pequeno, mas tem uma estrutura de atendimento b&aacute;sica inclusive com uma ambul&acirc;ncia do Samu. O cl&iacute;nico-geral Everton da Costa, disse que nesta &eacute;poca de seca na cidade s&atilde;o comuns quadros de diarreia e v&ocirc;mito causados por rotav&iacute;rus. J&aacute; a leishmaniose &eacute; end&ecirc;mica na regi&atilde;o.</p> <p> O motorista Humberto Melo de Mesquita J&uacute;nior trabalha com frete. Ele considera o hospital bom e, at&eacute; o momento, n&atilde;o viu nenhum de seus fregueses de lota&ccedil;&atilde;o reclamarem da qualidade do atendimento.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em><br /> &nbsp;</p> Acre água Assis Brasil brasileira capixaba Educação eleições eleições 2012 ensino público esgoto fossas negras IBGE Política prefeitos do acre Rio Branco saneamento básico segurança pública taquari Fri, 24 Aug 2012 17:57:08 +0000 fabio.massalli 701825 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Mesmo com seca, Brasileia e Assis Brasil, no Acre, temem proximidade do início do período das chuvas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-08-19/mesmo-com-seca-brasileia-e-assis-brasil-no-acre-temem-proximidade-do-inicio-do-periodo-das-chuvas <p> Marcos Chagas<br /> <em>Enviado especial da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/23/gallery_assist701315/prev/AgenciaBrasil170812_MAC2566.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Brasileia (AC) - Os moradores de Brasileia e Assis Brasil, no Acre, est&atilde;o acostumados com a seca no per&iacute;odo de agosto a outubro. O que eles temem agora &eacute; o per&iacute;odo &ldquo;das &aacute;guas&rdquo;, que come&ccedil;ar&aacute; em outubro a abril. Na enchente deste ano, Brasileia foi a cidade mais afetada de todo o estado pelas fortes chuvas e cerca de 6 mil dos 22 mil habitantes do munic&iacute;pio foram afetados.</p> <p> Toda parte baixa da cidade foi alagada. Em alguns pontos pr&oacute;ximos ao rio, lojas e casas foram totalmente ou parcialmente cobertas. Hoje (19), todas as lojas que sobraram no cal&ccedil;ad&atilde;o, que tem ao fundo o Rio Acre, foram interditadas pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico.</p> <p> Mesmo assim parte dos lojistas se recusam a deixar o local mesmo vendo, ainda, a destrui&ccedil;&atilde;o que o rio causou a comerciantes vizinhos.</p> <p> &Eacute; o caso do dono de farm&aacute;cia Licurgo Hassem. &ldquo;Essa n&atilde;o &eacute; &aacute;rea de barranco, n&atilde;o tem perigo de desbarrancar. A &aacute;rea de barranco fica a 60 metros daqui&rdquo;, disse o acriano de 57 anos e que nasceu na cidade.</p> <p> Hassen diz que o alagamento da cidade ocorrido no in&iacute;cio de 2012 s&oacute; aconteceu porque o governo do estado n&atilde;o fez as obras necess&aacute;rias de conten&ccedil;&atilde;o da encosta do Rio Acre. &ldquo;Eles tinham que ter colocado a conten&ccedil;&atilde;o de cimento com concreto armado na encosta&rdquo;.</p> <p> Dami&atilde;o Borges Melo, representante do governo do Acre em Brasileia, disse que as obras de conten&ccedil;&atilde;o das encostas na beira do rio come&ccedil;am em setembro.</p> <p> Quanto ao per&iacute;odo de estiagem, Licurgo Hassem disse que acompanha &ldquo;visualmente&rdquo;, ano a ano, o comportamento do rio. A seu ver essa n&atilde;o &eacute; a pior seca dos &uacute;ltimos anos. No s&aacute;bado e manh&atilde; deste domingo choveu na cidade. Hassen acredita que a seca &eacute; um &ldquo;fen&ocirc;meno marcado e premeditado pela natureza que n&atilde;o d&aacute; para se mensurar&rdquo;.</p> <p> O aposentado Epaminondas Rodrigues, 73 anos, tamb&eacute;m nascido em Brasileia, &eacute; outro que acredita numa nova reedi&ccedil;&atilde;o da cheia de 2012. &ldquo;N&atilde;o acho que a tend&ecirc;ncia [da seca e das chuvas] seja de se intensificarem. Os campos est&atilde;o verdes e n&atilde;o se compara &agrave; estiagem deste ano com a de 2006&rdquo;, disse o aposentado.</p> <p> Estudos feitos pela Secretaria de Meio Ambiente do Acre (Sema), em parceria com a Ag&ecirc;ncia Nacional de &Aacute;guas (ANA), mostra o contr&aacute;rio: uma tend&ecirc;ncia de estiagens e per&iacute;odo de chuvas cada vez mais intensos.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/23/gallery_assist701315/prev/AgenciaBrasil170812_JFC1788.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: left;" />O problema de lixo e esgoto bruto jogado diretamente no Rio Acre se repete tanto em Assis Brasil quanto em Brasileia. Em Assis Brasil o rio est&aacute; praticamente seco em alguns pontos e as crian&ccedil;as brincam em seu leito com &aacute;gua que n&atilde;o chega ao tornozelo.</p> <p> O comerciante de Assis Brasil, J&uacute;nior Melo, disse que a estiagem n&atilde;o &eacute; problema. &quot;Pelo menos choveu e n&atilde;o h&aacute; risco de queimar tudo como em 2006. A nossa preocupa&ccedil;&atilde;o &eacute; com a chuva dessa pr&oacute;xima invernada. Na &uacute;ltima, praticamente toda a cidade [de 6 mil habitantes] foi afetada&quot;, disse J&uacute;nior Melo.</p> <p> Na periferia de Brasileia, nos bairros de Sama&uacute;ma e Leonardo Barbosa, a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; cr&iacute;tica. No per&iacute;odo das chuvas de 2012 uma parte de Leonardo Barbosa foi praticamente todo coberto pela enchente. Os dois bairros est&atilde;o em um peda&ccedil;o de terra cercado pela frente e por tr&aacute;s pelo Rio Acre.</p> <p> &ldquo;O medo do povo daqui &eacute; que os dois lados do rio se encontrem na pr&oacute;xima enchente&rdquo;, disse o dono de bar, David Coelho da Silva, morador de Leonardo Barbosa. Ele admitiu que &ldquo;muitos moradores dos dois bairros&rdquo; est&atilde;o pensando em sair de suas casas antes do per&iacute;odo das cheias de outubro desse ano e s&oacute; retornarem em abril de 2013.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist701412/prev/AgenciaBrasil190812MCA_4440.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Outro morador do bairro, Ivonaldo Gomes de Oliveira, disse que seu pai construiu um c&ocirc;modo de 5 metros quadrados no fundo da casa j&aacute; na encosta do rio. &ldquo;Quando veio a cheia levou tudo. E olha que eu disse para ele n&atilde;o fazer aquilo&rdquo;.</p> <p> Nos dois bairros a reportagem constatou a exist&ecirc;ncia de muito lixo &ndash; garrafas PET, pl&aacute;stico e panos &ndash; e esgoto bruto jogados em c&oacute;rregos que abastecem o Rio Acre. No meio do rio &eacute; poss&iacute;vel ver grandes troncos de &aacute;rvores, como buritis, trazidos pela &uacute;ltima cheia, al&eacute;m de outras plantas.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> Acre Assis Brasil Brasileia Cheia do rio Acre chuva cidade alagada enchente época das chuvas Nacional período de chuvas seca Sun, 19 Aug 2012 19:47:06 +0000 fabio.massalli 701414 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Haitianos em Brasileia vivem em melhores condições que compatriotas no Peru https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-08-19/haitianos-em-brasileia-vivem-em-melhores-condicoes-que-compatriotas-no-peru <p> Marcos Chagas<br /> <em>Enviado especial </em><em>da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist701407/prev/AgenciaBrasil190812MCA_2.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Brasileia (AC) - Os 35 haitianos que aguardam em Brasileia (AC) a regulariza&ccedil;&atilde;o, pela Pol&iacute;cia Federal, de seus documentos para poder trabalhar no Brasil, vivem situa&ccedil;&atilde;o bem melhor que os <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-08-18/brasileiros-e-peruanos-confirmam-situacao-critica-de-imigrantes-haitianos-que-querem-entrar-no-brasil">96 compatriotas em I&ntilde;apari</a>, prov&iacute;ncia peruana. A cidade do Peru &eacute; separada do Brasil pelo Rio Acre e faz fronteira com a brasileira Assis Brasil e a boliviana Bolpebra.</p> <p> Esses haitianos vieram para Brasileia ao constatar que em I&ntilde;apari n&atilde;o teriam a menor chance de ingresso no Brasil e viveriam situa&ccedil;&atilde;o semelhante &agrave; de seu pa&iacute;s de origem. O representante do governo do Acre no munic&iacute;pio, Dami&atilde;o Borges de Melo, os abrigou na antiga sede da Secretaria de Educa&ccedil;&atilde;o de Brasileia, onde os estrangeiros se dividem em cinco c&ocirc;modos e t&ecirc;m dois banheiros &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o.</p> <p> A cada dois dias, um caminh&atilde;o pipa da prefeitura abastece a caixa d&rsquo;&aacute;gua da casa com 7 mil litros que servem para o banho e lavagem de roupa. Tamb&eacute;m s&atilde;o servidas tr&ecirc;s refei&ccedil;&otilde;es por dia: p&atilde;o com manteiga e caf&eacute; com leite no caf&eacute; da manh&atilde; e, geralmente, arroz, feij&atilde;o, macarr&atilde;o, frango e carne bovina no almo&ccedil;o e jantar.</p> <p> No entanto, problemas semelhantes aos que ocorrem em In&atilde;pari com os 96 haitianos no Peru tamb&eacute;m s&atilde;o registrados em Brasileia, especialmente, o lixo jogado no quintal, como pratos de alimentos, roupas garrafas PET, entre outros.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist701407/prev/AgenciaBrasil190812MCA_24.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: left;" />O haitiano Obelca Jules, 30 anos e pedreiro por profiss&atilde;o, disse &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil </strong>que veio para o Brasil em busca de trabalho, como todos os demais do grupo. Obelca chegou com esposa e outros seis parentes depois de passar por I&ntilde;apari e constatar que n&atilde;o teria condi&ccedil;&otilde;es de ficar na cidade.</p> <p> &ldquo;Quando chegamos em I&ntilde;apari vimos que n&atilde;o dava para ficar. No Peru a situa&ccedil;&atilde;o est&aacute; muito dif&iacute;cil&rdquo;, disse o haitiano. De l&aacute;, eles retornaram &agrave; Ib&eacute;ria, cidade peruana de 7 mil habitantes, pegaram uma trilha de 8 quil&ocirc;metros de selva amaz&ocirc;nica at&eacute; um quartel da Marinha da Bol&iacute;via e seguiram de carro at&eacute; Cobija, que faz fronteira com Brasileia por duas pontes.</p> <p> Apesar do atendimento no Brasil, os haitianos reclamam do tempero da comida, diferente da que est&atilde;o acostumados no Haiti. Vil Saint Clenord, 26 anos, eletricista, disse que &ldquo;muitos [haitianos] n&atilde;o est&atilde;o acostumados com a comida e n&atilde;o comem com apetite&rdquo; os 72 pratos servidos diariamente ao custo de R$ 370 por dia.</p> <p> Essa diferen&ccedil;a cultural de culin&aacute;ria j&aacute; levou ao hospital de Brasileia algumas pessoas, admite Clenord. &ldquo;N&oacute;s somos atendidos com dor na barriga, mas o m&eacute;dico n&atilde;o passa nada. Ele diz que n&oacute;s n&atilde;o temos nada&rdquo;, disse .</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist701407/prev/AgenciaBrasil190812MCA_8.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Outra diferen&ccedil;a que chamou a aten&ccedil;&atilde;o da equipe da <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> foi a diferen&ccedil;a de receptividade entre a comunidade de Brasileia e a de I&ntilde;apari. Os peruanos reclamam muito de &ldquo;badernas&rdquo; provocadas pelo grupo que est&aacute; l&aacute;.</p> <p> Em Brasileia a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; totalmente oposta. A pasteleira Erc&iacute;lia Lima Barroso, vizinha de muro da casa onde est&atilde;o os haitianos j&aacute; se acostumou e fez amizade com eles. &ldquo;Eles n&atilde;o d&atilde;o problema. Ontem &agrave; noite, dois deles estiveram na minha casa para pedir &aacute;gua. Eles s&atilde;o muito educados&rdquo;.</p> <p> No entanto, tem gente do bairro Ferreira da Silva, onde est&atilde;o os haitianos, que reclama do dinheiro destinado pelo governo do Acre para essas pessoas. Segundo Erc&iacute;lia, esse grupo &eacute; minoria e defende que o dinheiro teria que ser aplicado em investimentos na cidade.</p> <p> &ldquo;Eu n&atilde;o concordo. Se o terremoto que acabou com Haiti tivesse acontecido aqui no Brasil e a gente tivesse que ir para outro pa&iacute;s, ser&aacute; que gostar&iacute;amos de ser maltratados? Claro que n&atilde;o. Sem o terremoto eles ainda estariam l&aacute;, n&atilde;o viriam para o Brasil&rdquo;, defende a pasteleira.</p> <p> Sua irm&atilde;, que ajuda na lanchonete e tamb&eacute;m mora no bairro, tamb&eacute;m defende que os haitianos devem receber ajuda. Segundo ela, da leva de 2,7 mil haitianos que imigraram para a cidade e tiveram a situa&ccedil;&atilde;o regularizada pelo governo brasileiro, dois casaram com mulheres de Brasileia.</p> <p> &ldquo;Eles dizem que gostam de loiras e casaram com duas vizinhas minhas, uma de 40 anos e outra de 35&rdquo;, disse Auxiliadora. Ela disse que os haitianos frequentavam todas as noites a pastelaria e at&eacute; jogavam domin&oacute;s com elas.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> Acre Assis Brasil bolpebra Brasileia governo do Acre haitianos Imigrantes haitianos Iñapari Internacional peru regularização dos haitianos Rio Acre terremoto no haiti Sun, 19 Aug 2012 18:11:23 +0000 fabio.massalli 701409 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Em Iñapari, no Peru, a situação é crítica de imigrantes haitianos que querem entrar no Brasil https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//galeria/2012-08-18/em-inapari-no-peru-situacao-e-critica-de-imigrantes-haitianos-que-querem-entrar-no-brasil <p>Iñapari (Peru) – A presença de haitianos em situação ilegal em Iñapari divide opiniões. Eles dormem amontoados em alojamentos cedidos pelo governo peruano, sem energia elétrica, saneamento básico, água e alimentosIñapari (Peru) – A presença de haitianos em situação ilegal em Iñapari divide opiniões. Eles dormem amontoados em alojamentos cedidos pelo governo peruano, sem energia elétrica, saneamento básico, água e alimentosIñapari (Peru) – A presença de haitianos em situação ilegal em Iñapari divide opiniões. Eles dormem amontoados em alojamentos cedidos pelo governo peruano, sem energia elétrica, saneamento básico, água e alimentosIñapari (Peru) – A presença de haitianos em situação ilegal em Iñapari divide opiniões. Eles dormem amontoados em alojamentos cedidos pelo governo peruano, sem energia elétrica, saneamento básico, água e alimentosIñapari (Peru) – A presença de haitianos em situação ilegal em Iñapari divide opiniões. Eles dormem amontoados em alojamentos cedidos pelo governo peruano, sem energia elétrica, saneamento básico, água e alimentosIñapari (Peru) - Lêni Lopes Cardoso, nascida em Iñapari e filha de brasileiros, diz que haitianos que aceitaram trabalhar com ela tiveram a situação legalizada e puderam ingressar no Brasil Iñapari (Peru) – A presença de haitianos em situação ilegal em Iñapari divide opiniões. Eles dormem amontoados em alojamentos cedidos pelo governo peruano, sem energia elétrica, saneamento básico, água e alimentosIñapari (Peru) – A presença de haitianos em situação ilegal em Iñapari divide opiniões. Eles dormem amontoados em alojamentos cedidos pelo governo peruano, sem energia elétrica, saneamento básico, água e alimentosIñapari (Peru) – A presença de haitianos em situação ilegal em Iñapari divide opiniões. Eles dormem amontoados em alojamentos cedidos pelo governo peruano, sem energia elétrica, saneamento básico, água e alimentosIñapari (Peru) – A presença de haitianos em situação ilegal em Iñapari divide opiniões. Eles dormem amontoados em alojamentos cedidos pelo governo peruano, sem energia elétrica, saneamento básico, água e alimentos</p> Assis Brasil Imigrantes haitianos Iñapari Internacional peru Sat, 18 Aug 2012 17:59:30 +0000 luciano 701377 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Brasileiros e peruanos confirmam situação crítica de imigrantes haitianos que querem entrar no Brasil https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-08-18/brasileiros-e-peruanos-confirmam-situacao-critica-de-imigrantes-haitianos-que-querem-entrar-no-brasil <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist701377/prev/AgenciaBrasil180812MCA_3.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Marcos Chagas<br /> <em>Enviado especial da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> I&ntilde;apari (Peru) &ndash; A presen&ccedil;a de 96 haitianos nesta cidade, onde tentam regularizar seus documentos para que possam trabalhar no Brasil, gera o mesmo tipo de rea&ccedil;&atilde;o tanto entre os que vivem no lado peruano quanto entre os que est&atilde;o na vizinha Assis Brasil, no Acre. Moradores dos dois munic&iacute;pios afirmam que os haitianos se recusam a trabalhar, mas, ao mesmo tempo, reconhecem que, sem comida, &aacute;gua e energia, como est&atilde;o vivendo h&aacute; quase quatro meses na localidade de I&ntilde;apari, n&atilde;o d&aacute; para continuar.</p> <p> A reportagem da <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> comprovou que &eacute; critica a situa&ccedil;&atilde;o dos haitianos em In&atilde;pari. Ontem (17), segundo relato de imigrantes como Junior Saint-Jean, que j&aacute; tem situa&ccedil;&atilde;o regularizada na fronteira, eles foram transferidos para dois barrac&otilde;es de madeira.</p> <p> As mulheres, a maioria com problemas de infec&ccedil;&atilde;o urin&aacute;ria, detectada por m&eacute;dicos do hospital de Assis Brasil, residem em barrac&atilde;o separado do dos homens. Elas s&atilde;o 26 e ocupam um s&oacute; c&ocirc;modo, no qual n&atilde;o h&aacute; energia el&eacute;trica. Dormem em colchonetes doados pela comunidade, fazem suas necessidades fisiol&oacute;gicas no mato, em &aacute;rea pr&oacute;xima ao leito do Rio Acre. Quando recebem doa&ccedil;&otilde;es de &aacute;gua, usam para fazer a comida. Os alimentos s&atilde;o tamb&eacute;m doados.</p> <p> Banho, s&oacute; no rio ou com a &aacute;gua que sobra e fica depositada em uma caixa de 500 litros. O banheiro &eacute; tampado com uma esp&eacute;cie de rede e coberto com telhas de amianto. A &aacute;gua &eacute; distribu&iacute;da por cinco canos que escorrem para uma vala a c&eacute;u aberto.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist701377/prev/AgenciaBrasil180812MCA_8.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: left;" />&ldquo;Vivemos como animais. O governo peruano n&atilde;o nos d&aacute; qualquer apoio desde que chegamos aqui&rdquo;, disse Junior Saint-Jean. No barrac&atilde;o dos homens, a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; parecida. S&atilde;o 70 ao todo, distribu&iacute;dos em seis apartamentos, um deles separado para haitianos que est&atilde;o com a sa&uacute;de mais debilitada.</p> <p> As cidades de Assis Brasil e I&ntilde;apari est&atilde;o situadas em uma regi&atilde;o da Amaz&ocirc;nia onde a leishmaniose &eacute; end&ecirc;mica, disse o cl&iacute;nico geral do hospital da cidade brasileira, Everton da Costa. Praticamente todos os homens t&ecirc;m o corpo coberto de pequenas feridas, como foi mostrado &agrave; reportagem pelo imigrante ilegal Ebetch Nerizier, 26 anos. &ldquo;Os mosquitos picam a gente toda noite. Estamos cobertos de feridas e sem qualquer tratamento m&eacute;dico. Alguns, por estresse, pensam at&eacute; em se matar&rdquo;.</p> <p> Perguntado por que n&atilde;o retornam ao Haiti, com tantos problemas que enfrentam para entrar em territ&oacute;rio brasileiro, Nerizier foi direto: &ldquo;N&oacute;s n&atilde;o queremos trabalhar no Peru, porque n&atilde;o conseguir&iacute;amos entrar no Brasil. Queremos trabalhar no Brasil, ganhar um pouco mais de dinheiro para mandar para nossas fam&iacute;lias que ficaram no Haiti. L&aacute; &eacute; pior, n&atilde;o tem nada.&rdquo;</p> <p> Eles contam que todos os seus documentos est&atilde;o com a Pol&iacute;cia Federal. A postura do governo brasileiro, at&eacute; o momento, &eacute; n&atilde;o permitir o ingresso de novos imigrantes. No primeiro semestre, o governo federal, em parceria com o governo do Acre, regularizou e conseguiu empregar mais de 2 mil haitianos.</p> <p> No momento em que a reportagem da <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> estava no local, chegou o t&eacute;cnico do governo de Iberia, equivalente ao governo de um estado brasileiro, para instalar rede de &aacute;gua e luz. O eletricista Ochoa Lucas colocou l&acirc;mpadas em todos os c&ocirc;modos e disse que puxaria a rede de &aacute;gua. &ldquo;Toda vez que tem algu&eacute;m de fora ele vem aqui, faz isso e depois desliga tudo&rdquo;, disse o pedreiro haitiano Jean Rodeng Fleurisma.</p> <p> Por telefone, o padre Rutemarque Crispim, p&aacute;roco em Brasil&eacute;ia (AC) e respons&aacute;vel pela Pastoral de Direitos Humanos de Assis Brasil, confirmou a hist&oacute;ria contada pelo haitiano. &ldquo;Na semana passada, estive a&iacute; tamb&eacute;m e eles fizeram a mesma coisa. Logo que sa&iacute;, desligaram a energia.&rdquo;</p> <p> O padre confirmou tamb&eacute;m as reclama&ccedil;&otilde;es de moradores de I&ntilde;apari, segundo os quais os haitianos s&oacute; querem receber doa&ccedil;&otilde;es, sem trabalhar. Segundo o padre Crispim, s&atilde;o oferecidos, em m&eacute;dia, R$ 13 de di&aacute;ria, o que, na cidade, s&oacute; d&aacute; para um dia de alimenta&ccedil;&atilde;o.</p> <p> L&ecirc;ni Lopes Cardoso, nascida em I&ntilde;apari e filha de brasileiros, disse que, na primeira leva de 240 haitianos, arrumou emprego para dois, mas n&atilde;o pagava em dinheiro. Como aluga quartos para se manter, L&ecirc;ni trocava o trabalho de arruma&ccedil;&atilde;o por habita&ccedil;&atilde;o e comida.</p> <p> &ldquo;O problema &eacute; que eles n&atilde;o querem trabalhar, querem que se deem as coisas. Se trabalhassem fazendo alguma coisa, at&eacute; haveria ajuda maior do povo daqui&rdquo;, disse L&ecirc;ni. Os dois haitianos que aceitaram trabalhar com ela tiveram a situa&ccedil;&atilde;o legalizada e puderam ingressar no Brasil. Segundo L&ecirc;ni, o visto brasileiro seria apenas para facilitar a entrada na Guiana Francesa, este sim o pa&iacute;s pretendido pelos haitianos.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist701377/prev/AgenciaBrasil180812MCA_2.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Antonio Jos&eacute; Lima, comerciante em Assis Brasil e membro da Pastoral de Direitos Humanos, confirma que a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; cada vez mais cr&iacute;tica. A cada dois dias, Lima leva 500 litros de &aacute;gua pot&aacute;vel aos haitianos. De acordo com Lima, a maioria deles acha que, se arrumar emprego no Peru, ter&aacute; o visto brasileiro.</p> <p> Outro comerciante de Assis Brasil que presta assist&ecirc;ncia humanit&aacute;ria aos haitianos, J&uacute;nior, confirma as dificuldades e pergunta:&nbsp; &ldquo;O fato &eacute; que empres&aacute;rio visa ao lucro. Como &eacute; que vamos dar do nosso bolso? O que voc&ecirc; v&ecirc; aqui s&atilde;o doa&ccedil;&otilde;es&rdquo;. Para ele, trabalhar seria oportuno para que os haitianos voltassem a ser vistos &ldquo;com bons olhos&rdquo; pela popula&ccedil;&atilde;o de Assis Brasil e I&ntilde;apari.</p> <p> Outro problema foi a postura do grupo durante a enchente do in&iacute;cio do ano que alagou quase toda I&ntilde;apari e boa parte de Assis Brasil. Segundo J&uacute;nior Melo, enquanto a popula&ccedil;&atilde;o peruana se uniu para limpar ruas, casas e salvar m&oacute;veis e eletrodom&eacute;sticos, os haitianos n&atilde;o esbo&ccedil;aram qualquer iniciativa de ajuda.</p> <p> Procurado pela reportagem, o prefeito de Assis Brasil, Celso Cury, n&atilde;o respondeu &agrave;s liga&ccedil;&otilde;es.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: N&aacute;dia Franco</em></p> Acre Assis Brasil brasil direitos humanos doações haiti haitianos imigrantes Iñapari Internacional Nacional Pastoral de Direitos Humanos peru Polícia Federal Sat, 18 Aug 2012 17:41:55 +0000 nfranco 701376 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Acre e Peru chegam a acordo e evitam que impasse sobre haitianos chegue à OEA https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-08-17/acre-e-peru-chegam-acordo-e-evitam-que-impasse-sobre-haitianos-chegue-oea <p> Marcos Chagas*<br /> <em>Enviado Especial </em></p> <p> Rio Branco (Acre) &ndash; O governo do Acre e o Peru conseguiram chegar a um acordo para evitar que o impasse envolvendo imigrantes haitianos v&aacute; parar na Organiza&ccedil;&atilde;o dos Estados Americanos. Ontem (16), o c&ocirc;nsul-adjunto do Peru no Acre, Sandro Baldargo Silva, reconheceu &nbsp;&ldquo;a gravidade&rdquo; da situa&ccedil;&atilde;o de cerca de 100 haitianos que est&atilde;o acampados na prov&iacute;ncia de I&ntilde;apari (Peru), na fronteira com o munic&iacute;pio brasileiro de Assis Brasil.</p> <p> A informa&ccedil;&atilde;o foi dada pelo secret&aacute;rio de Justi&ccedil;a e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mour&atilde;o, que conversou com o c&ocirc;nsul peruano. Em Bras&iacute;lia, a Embaixada do Peru informou que o governo do presidente Ollanta Humala est&aacute; sendo informado sobre os desdobramentos do caso. Mas, por enquanto, o embaixador peruano no Brasil, Jorge Bayorna, &nbsp;aguarda instru&ccedil;&otilde;es do Minist&eacute;rio das Rela&ccedil;&otilde;es Exteriores para se manifestar.</p> <p> No come&ccedil;o desta semana, Mour&atilde;o disse &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> que o governo do Acre se via for&ccedil;ado a comunicar &agrave; Comiss&atilde;o de Direitos Humanos da Organiza&ccedil;&atilde;o dos Estados Americanos (OEA) o agravamento da falta de assist&ecirc;ncia humanit&aacute;ria aos haitianos. Por&eacute;m, depois da conversa de contem com o c&ocirc;nsul peruano, o governo acriano decidiu adiar o encaminhamento do comunicado.</p> <p> Pelas normas da OEA, uma a&ccedil;&atilde;o contra um Estado deve ser encaminhada, inicialmente, &agrave; Comiss&atilde;o de Direitos Humanos do &oacute;rg&atilde;o, que examina o ju&iacute;zo de admissibilidade &ndash; se a a&ccedil;&atilde;o deve ter continuidade.</p> <p> Em seguida, os integrantes da comiss&atilde;o tentam negociar um acordo entre as partes envolvidas para evitar que o processo siga adiante. A Corte Interamericana de Direitos Humanos s&oacute; &eacute; acionada pela comiss&atilde;o quando h&aacute; a constata&ccedil;&atilde;o que todos os esfor&ccedil;os de buscar um acordo entre as partes foram esgotados. &nbsp;</p> <p> Segundo Mour&atilde;o, na conversa Baldargo informou que o governo peruano assumiu o compromisso de fornecer &aacute;gua, alimenta&ccedil;&atilde;o e abrigo aos haitianos at&eacute; encontrar uma solu&ccedil;&atilde;o definitiva. Procurado pela <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, Baldargo n&atilde;o quis dar entrevista.</p> <p> Ele disse que est&aacute; impedido, por norma do governo peruano, de fornecer qualquer informa&ccedil;&atilde;o de assuntos &ldquo;de Estado&rdquo;. &nbsp;&ldquo;Esse assunto tem que ser tratado nas esferas de poder dos governo do Brasil e do Peru&rdquo;, disse o c&ocirc;nsul, confirmando que se reuniu ontem com Mour&atilde;o.</p> <p> O secret&aacute;rio de Justi&ccedil;a e Direitos Humanos disse ainda que o governo do Acre dar&aacute; assist&ecirc;ncia m&eacute;dica, no hospital de Assis Brasil, aos haitianos com sa&uacute;de mais prec&aacute;ria. &ldquo;Parte da medica&ccedil;&atilde;o fornecida aos haitianos quem garante &eacute; a rede do Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SUS) em Assis Brasil&rdquo;, ressaltou Mour&atilde;o.</p> <p> <em>*Colaborou Renata Giraldi, de Bras&iacute;lia.</em></p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Gra&ccedil;a Adjuto</em></p> acordo Acre Assis Brasil cônsul estados americanos fronteira governo gravidade haitianos imigrantes impasse Internacional oea organização peru situação Fri, 17 Aug 2012 14:49:20 +0000 gracaadjuto 701301 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/