Karine Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois de quase duas horas de negociação, um grupo de 70 indígenas teve a entrada liberada para uma audiência pública, na Comissão de Direitos Humanos no Senado, em comemoração aos 25 anos da Constituição. O encontro estava previsto para as 10h, mas ao chegar ao Congresso, por volta das 9h30, lideranças indígenas foram barradas pela Polícia Legislativa do Senado. Como condição, estão sendo recolhidos flechas, chocalhos e adereços indígenas que possam ser usados em casos de tumulto.
A informação passada anteriormente era de que apenas 20 deles iriam entrar, o que causou confusão. Segundo os indígenas, o acordo era que todos eles participassem das discussões. A presidenta da comissão, Ana Rita (PT-ES), intermediou a situação com a Polícia Legislativa. Ela foi informada de que apenas 30 seriam liberados.
“Estou sendo desautorizada pela Polícia do Senado como se eu não tivesse nenhuma responsabilidade. Eles estão aqui a nosso convite para uma celebração”, disse. “Por que os médicos, artistas, atletas e outras categorias não têm limite de entrada? Todas vez que sem-terra, indígenas e grupos ligados a agricultura familiar vêm aqui temos problemas com a Polícia Legislativa? Isso é discriminação.”
O diretor da Polícia Legislativa do Senado, Pedro Carvalho, destacou que estava seguindo uma ordem do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e que só ele poderia autorizar a entrada de todo o grupo.
Edição: Talita Cavalcante
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