Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), defendeu hoje (23) o corte de ponto dos servidores públicos que estão em greve em todo o país. Para Maia, o governo tem agido corretamente ao negociar com os trabalhadores, mas também não efetuar o pagamento daqueles que estão parados.
“O servidor em greve rompeu com seu contrato, está reivindicando. Não é justo em nenhuma paralisação que elas se deem com o trabalhador recebendo o salário na integralidade. Na iniciativa privada não é assim. O mesmo modelo deve servir para os servidores públicos”, disse.
Mesmo defendendo o direito de greve dos trabalhadores, Marco Maia, que já foi dirigente sindical, avaliou que o corte de ponto é uma medida necessária. “As greves que são realizadas pelos servidores públicos brasileiros são legítimas. Todo o trabalhador tem o direito de reivindicar, buscar melhorar sua condição de trabalho e sua situação salarial. O governo está agindo certo ao sentar para negociar, discutir com os servidores
caminhos que resolvam suas reivindicações, mas, ao mesmo tempo, sendo duro na cobrança da responsabilidade e de comportamento republicanos dos grevistas”, frisou.
Em relação à confrontos entre grevistas e policiais, o presidente da Câmara avaliou que o processo de
negociação, que dura mais de dois meses, está transcorrendo de forma “normal” e “natural”. “Reivindicações, mobilizações e paralisações no Brasil são naturais. Conquistamos isso a duras penas. Hoje o Brasil é um país democrático e é normal que tenha liberdade de expressão, de imprensa e de organização sindical e aconteçam manifestações dessa natureza. Há um caso ou outro de exagero, mas que também faz parte do processo.”
De acordo com o presidente da Câmara, todos os acordos firmados entre o Executivo e os trabalhadores serão aprovados pela Casa durante a análise do Orçamento da União, que deve ser enviado pelo governo ao Congresso até o dia 31.
“Do ponto de vista da Câmara, vamos trabalhar para aprovar aquilo que for acertado entre o governo e os sindicatos. O que chegar à Câmara, de forma acordada, será aprovado pelo Parlamento. Aquilo em que não houver acordo, vamos procurar ajudar para que aqui na Câmara possa se construir esse entendimento.”
Edição: Carolina Pimentel