Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Com um sorriso estampado no rosto, pacientes dos setores de pediatria, enfermaria e ambulatórios do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, na zona norte do Rio de Janeiro, receberam hoje (20) a Trupe do Nariz Solidário. O grupo de palhaços, que pertence à organização não governamental (ONG) Fabricando Empresários, faz parte do projeto Doutores da Alegria e desenvolve um trabalho de “risoterapia” com a finalidade de elevar a autoestima de pacientes e acompanhantes, estimulando a cura das enfermidades por meio do riso.
De acordo com a coordenadora da ONG, Elza Lopes da Silva, o projeto teve início há aproximadamente um ano, com o objetivo de alegrar os pacientes nos momentos mais difíceis de sua vida. Para ela, que trabalhou durante 20 anos cuidando de pacientes acamados, é um prazer poder ajudar na recuperação dos enfermos. "Eu gosto. É coisa muito boa lidar com as pessoas que, naquele determinado momento, precisam de uma palavra amiga ou de um gesto e não tem como, porque estão em cima de um leito, e ver abrindo um sorriso, não tem preço. Eu creio que a recuperação das pessoas começa daí", disse.
A turma do riso conta com dez integrantes, a maioria deles enfermeiros, que percorrem os leitos dos hospitais que solicitam a presença do grupo. Ela conta que, em certa visita, um paciente reagiu bem à abordagem e interagiu com o grupo mesmo impedido de falar. "A gente interage com os pacientes para que eles se sintam melhor. Já tive com a trupe em um hospital em que tinha um senhor entubado e não podia falar. Quando nós chegamos, os olhos dele começaram a brilhar, gostando da nossa apresentação. Isso é muito legal. Fazer o bem para quem precisa de um apoio".
O presidente da ONG Fabricando Empresários, André Luis da Costa, disse que, para ser um integrante do grupo, o candidato precisa passar por um curso de três meses, para aprender as técnicas e as vestimentas do palhaço, que são diferentes do picadeiro convencional. "Eles [os candidatos] aprendem a trabalhar dentro de hospitais. Precisam fazer a troca de roupa dentro do hospital, em função da poeira da rua. No curso, há ainda o trabalho emocional, porque o palhaço precisar levar a alegria e não a tristeza", completou.
A publicitária Carolina Magalhães, de 24 anos, que lutou e venceu a batalha contra um tumor no cérebro, afirmou que o trabalho dos Doutores da Alegria é fundamental para a recuperação dos pacientes, independentemente da idade e da enfermidade. "Eu tinha um cabelo enorme e, no final do tratamento, tinha perdido ele todo. Ia para a seção de radioterapia com um lencinho na cabeça. Acho muito importante alguém de fora trazer um pouco de alegria para as pessoas que ficam no hospital tratando uma doença", relatou.
A ONG Fabricando Empresários já visitou os hospitais Rocha Faria em Campo Grande, na zona oeste e o Souza Aguiar, no centro da cidade. A próxima unidade a receber os integrantes da trupe será o Hospital D. Pedro II, em Santa Cruz, também na zona oste.
Para participar do curso de palhaço da ONG, é necessário ser maior de idade, ou, caso seja menor, o candidato, deve ter uma autorização dos pais, além de e levar documento de identidade e CPF. O contato do grupo é feito diretamente com a direção do hospital.
Edição: Lana Cristina