Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do PT na Câmara Legislativa, deputado distrital Chico Vigilante, vai defender para o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, a criação um grupo de delegados para investigar possíveis gravações ilegais de secretários do governo do Distrito Federal e pessoas ligadas a esses dirigentes. O mesmo tema já é investigado por comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Câmara Legislativa distrital.
“Estou sugerindo ao governador um decreto criando um grupo de delegados para investigar a arapongagem e o crime organizado no DF. Estou sugerindo também que possamos ir ao ministro da Justiça pedir que a Polícia Federal possa participar dessas investigações”, disse.
O deputado acredita que a investigação permitirá resultados mais concretos que a CPI aprovada pela Câmara Legislativa na semana passada para investigar possíveis grampos feitos pela Casa Militar do DF a secretários do governo.
“Estou sugerindo isso porque eu temo que essa CPI possa passar um atestado de bons antecedentes para os arapongas. A CPI não tem meios, não tem instrumentos para investigar à altura do que o momento exige. Esse é mais um factoide, uma tentativa de prejudicar o governo do DF”, disse.
Segundo Chico Vigilante, esse grupo seria composto por delegados da Polícia Civil e da Polícia Federal. Além disso, o trabalho investigativo ainda seria fiscalizado pelo Ministério Público.
A deputada distrital Celina Leão (PSD) defendeu a criação da CPI para investigar os possíveis grampos. “Acreditamos na efetividade da CPI, por mais que os governistas tenham dito que vão criar dificuldades. A população vai cobrar a atuação da CPI. Quando ouvimos esse tipo de comentários antes da comissão ser instalada, notamos que o governo quer esconder [alguma coisa]”, disse.
A bancada do PT foi orientada pela direção partidária a não assinar o requerimento que criava a CPI. Além disso, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, reuniu-se com os deputados distritais do seu partido e também pediu que não assinassem o documento.
Edição: Davi Oliveira