Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, considerou acertado o licenciamento concedido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) à instalação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). “Se foi dada a licença é porque foram atendidas as condições necessárias para o empreendimento”, analisou após palestra no Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros do Rio de Janeiro (Ibef/RJ).
Tolmasquim considerou um procedimento normal a concessão da licença de instalação sem que todas as medidas compensatórias tenham sido cumpridas pelos empreendedores. Do total de 40 condicionantes apresentadas, 11 ainda não foram cumpridas. Para ele, todas as exigências serão atendidas com o tempo.
Tolmasquim reiterou que o projeto de Belo Monte traz benefícios sociais e ambientais de grande envergadura. A usina ampliará o nível de esgotamento sanitário de 5% (média de toda a Região Norte) para 100% nas cinco cidades situadas no entorno da usina. “Isso aí nem no Sudeste tem”. Além disso, todas as casas terão tratamento de água e as cidades terão escolas e estradas. “Pessoas que vivem hoje em palafitas, em condição degradante, vão receber casa de alvenaria. Eu não tenho dúvida de que o benefício maior será o desenvolvimento regional”.
Em termos ambientais, explicou que o consórcio vai implantar áreas de conservação e será obrigado a recuperar matas ciliares e áreas degradadas. “É um projeto não só de geração de energia elétrica. É um projeto de desenvolvimento regional”. No projeto Xingu Sustentado, por exemplo, o Poder Público vai alocar mais dinheiro além dos R$ 3,2 bilhões previstos dos empreendedores. “A região vai receber recursos que talvez nunca receberia em sua história”, observou Tolmasquim.
Para o presidente da EPE, as críticas ao projeto derivam de posições ideológicas que preferem conservar as coisas como estão. “Mas nem tudo que está lá serve à população”, disse Tolmasquim. O importante, para ele, é que haja espaço para contestações e defesa dos direitos das minorias. “Mas a gente tem que olhar também as outras questões, o interesse das pessoas que estão naquela região, dos brasileiros que vão se beneficiar com aquela energia”.
Edição: Vinicius Doria