Mantega garante que ajuste fiscal não será relaxado e admite mais medidas contra a inflação

03/06/2011 - 14h34

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Apesar de considerar o cenário atual positivo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não descarta a possibilidade de o governo adotar novas medidas contra a inflação. “O governo continuará vigilante para coibir qualquer subida da inflação, se houver, nos próximos meses”, ressaltou ele ao comentar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre.

Segundo o ministro, ainda existe a possibilidade de novas pressões inflacionárias, principalmente no segundo semestre, relacionadas aos preços das commodities (produtos básicos, como grãos e metais, cotados internacionalmente). “Se vier uma pressão acima da segunda metade, deverá ser principalmente de commodities. Mas, no momento, o que está acontecendo é o contrário”, avaliou.

Mantega manteve a previsão de crescimento 4,5% do PIB para este ano. De acordo com ele, a expansão anualizado da economia no segundo trimestre deverá ficar um pouco abaixo desse percentual, mas o resultado se equilibrará com o crescimento um pouco maior registrado no primeiro trimestre e na segunda metade do ano. “4,5% é um excelente resultado. Como no primeiro trimestre foi algo como 5,5%, significa que ainda haverá alguma desaceleração”, explicou.

Mesmo com a queda no ritmo da inflação e da expansão da economia, além dos bons resultados das contas públicas, não existe a possibilidade, segundo o ministro, de o governo aumentar os gastos acima do previsto. “Não pretendemos afrouxar a política fiscal, muito pelo contrário, vamos manter a política nessa trajetória salutar de modo a terminarmos o ano com um bom resultado fiscal”.

Mantega destacou ainda que o governo pode adotar novas medidas para conter a valorização do real em relação ao dólar. “Se houver exagero, nós tomaremos medidas para impedir que haja ingresso excessivo de recursos [do exterior] ”.

Ele considera a situação atual do câmbio, no entanto, sob controle. “Aquele excesso de capitais que entrou no início do ano não está se repetindo. Está havendo saldo financeiro positivo, está entrando mais do que saindo, mas não na escala do início do ano”.

Edição: Vinicius Doria