Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – As despesas líquidas com viagens internacionais somaram US$ 1,02 bilhão no mês passado, com evolução de 47,1% sobre março do ano passado, de acordo com o Relatório do Setor Externo, divulgado hoje (26) pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel. O balanço de gastos com viagens é desfavorável ao país, uma vez que os gastos de turistas estrangeiros no Brasil cresceu apenas 9,4%.
Embora o balanço de pagamentos tenha registrado superávit de US$ 9,53 bilhões no mês, a conta de serviços apresentou déficit de US$ 3,085 bilhões. Além das despesas com viagens, somam-se também os gastos com transportes, de US$ 599 milhões (+2,7%); royalties e licenças, US$ 242 milhões (+29,2%); aluguel de equipamentos, US$ 1,25 bilhão (gastos estáveis); e computação e informações, U$ 383 milhões (+6,2%). As despesas líquidas com seguros (US$ 132 milhões) foram menores e a rubrica outros serviços deixou saldo de US$ 626 milhões.
Com isso, o superávit do balanço de pagamentos no ano soma US$ 27,649 bilhões, de acordo com o relatório do BC. Mas o balanço de transações correntes, que envolve toda a movimentação comercial e financeira, apresentou déficit de US$ 5,676 bilhões no mês e acumula um rombo de pouco mais de US$ 50 bilhões nos últimos 12 meses, o que equivale a 2,33% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no país.
Segundo Túlio Maciel, a conta financeira apresentou ingressos líquidos de US$ 14,883 bilhões no mês, com destaque para a entrada de investimento estrangeiro direto (IED) no total de US$ 6,791 bilhões. Os empréstimos diretos líquidos de curto prazo somaram US$ 6,3 bilhões e os de médio e longo prazos atingiram US$ 2,2 bilhões.
As remessas líquidas de renda para o exterior foram de US$ 4,3 bilhões em março, com crescimento de 39,9% comparado ao mesmo mês de 2010. Do total, US$ 3,4 bilhões se referem a transferências de renda sobre IED, que tiveram expansão de 70% sobre os US$ 2 bilhões de março do ano passado. Em contrapartida, as remessas relativas a investimentos em carteira somaram só US$ 151 milhões, com queda de 78,4% na mesma base de comparação.
Enquanto isso, os investimentos brasileiros diretos no exterior registraram retorno líquido de US$ 1,479 bilhão. Resultado de aplicações de US$ 2,176 bilhões em participações no capital de empresas de outros países e de retornos de US$ 3,654 bilhões de empréstimos intercompanhias concedidos ao exterior.
Edição: Vinicius Doria