Governo vai rever classificação indicativa para programas de TV, cinema e jogo

18/11/2010 - 18h09

Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Ministério da Justiça abriu hoje (18) a discussão sobre a revisão da política pública de classificação indicativa de conteúdos de televisão, cinema, jogos eletrônicos e jogos de interpretação. Durante os próximos 30 dias, especialistas, produtores, distribuidores e a sociedade civil poderão debater e sugerir mudanças para as normas de classificação via internet.

De acordo com o secretário nacional de Justiça, Pedro Abramovay, esse é um novo modelo de debate público. “A classificação indicativa não é censura. Essa é uma das missões mais sensíveis do ministério, pois lida com uma tensão muito clara entre direitos constitucionais, ou seja, entre a liberdade de expressão e a proteção à criança e ao adolescente”.

A classificação indicativa é feita por analistas de áreas como a psicologia, comunicação social, pedagogia e o direito com base no Manual da Nova Classificação Indicativa, de 2006.

Durante a avaliação do conteúdo, são analisadas cenas de sexo, drogas e violência, além da identificação dos temas e da idade para a qual a programação não é recomendada. Caso haja descumprimento às portarias do Ministério da Justiça, os responsáveis pela obra podem ser punidos de acordo com a Constituição e o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Para participar do debate, o interessado deve acessar o endereço eletrônico 

http://culturadigital.br/classind. As sugestões serão usadas para elaborar uma nova portaria e também atualizar os critérios da classificação indicativa. “A sociedade, alvo das políticas públicas, tem de ser chamada a participar. Temos de pensar em uma boa maneira de fazer essa classificação a partir das normas que estão em vigor e dos critérios que são adequados”, afirmou Abramovay.

Para a cabeleireira Maria Júlia de Oliveira, controlar a programação a que os filhos assistem na televisão é essencial. “Tenho seis filhos e sempre a presto atenção. Dependendo do que estiver passando, eu mudo. Eles assistem mais a desenhos. Quando não passa, coloco um DVD”.

O vigilante, César Vieira, também monitora os dois filhos. “Tenho um filho de 8 e outro de 6 anos e controlo. Quando vejo que [o programa] não é adequado, peço para eles irem brincar ou para mexer no computador”.
 

 

Edição: Rivadavia Severo