Ministério da Cultura quer aproveitar recuperação da obra de Oiticica para homenageá-lo em 2010

30/10/2009 - 13h53

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Ministério da Cultura pretende aproveitar a boanotícia que está sendo dada hoje (30) sobre o êxito na recuperaçãodo acervo do artista plástico Hélio Oiticica fazendo de 2010 um anode homenagens e de divulgação de sua obra. Foram recuperadastotalmente mais de 2.200 obras, o que representa cerca de 70% dotrabalho de Oiticica. Morto em 1980, aos 43 anos, Oiticica foipintor, escultor e artista performático e teve sua obra reconhecidainternacionalmente.Em entrevista à Agência Brasil, osecretário executivo do Ministério da Cultura, Alfredo Manevy,disse que a ideia é levar a obra de Oiticica a vários estados dopaís. Segundo ele, com a notícia de que a maior parte do acervo foisalva, pode-se preparar uma homenagem a Oiticica, com a exposiçãode suas obras em várias regiões do país, para que o público dosvários estados possa conhecê-la.De acordo com Manevy, o êxito na recuperação departe significativa do acervo levou o Ministério da Cultura adecidir por um trabalho conjunto com a família do artista para criare dotar um novo espaço das condições ideais para receber a obra.Está em estudo, inclusive, a possibilidade de expor as obras deOiticica em vários museus, para que não fiquem concentradas emapenas um local, como acontecia até o incêndio que destruiu partedo acervo, no dia 16 deste mês, na casa da família do artista.“Há, sim, a possibilidade de espalhar partedesse acervo por museus federais ou outros espaços identificados emconjunto com a família como aptos para receber o trabalho deOiticica. Ao espalhar a obra por vários museus, estaremos permitindoum acesso maior do público ao acervo. Essa estratégia, a seradotada em uma próxima etapa, já está sendo desenhada com afamília para dar todas as condições para abrigar um acervo dessaimportância.” Manevy afirmou que os museus federais estãodisponíveis para receber parte da obra, assim como também os quenão são federais. O secretário lembrou que, do modo que a obra –concentrada em um único espaço fechado – foi atingida peloincêndio, teve-se a impressão de que o acervo havia sidointegralmente perdido integralmente, pois 90% do conjunto estavamnesse local. Agora, com mais de 50% da obra 100% salvos, acrescentouManevy, isso deverá servir de lição."O Ministério da Cultura, os artistas, asfamílias que herdaram acervos importante da arte brasileira, osmuseus, galerias, e a própria sociedade civil - os empresários quetêm uma relação mais direta com a arte à frente – têm queaproveitar essa comoção e transformá-la em oportunidade paradiscutir formas de garantir que os acervos de nossos artistas fiquemno Brasil, porque esses acervos estão sendo comprados por museus detodo o mundo e não ficam no país”, afirmou.