TSE diz que vai se adequar à “realidade adversa” do retorno do voto impresso no Brasil

30/09/2009 - 17h30

Marco Antonio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro CarlosAyres Britto, lamentou hoje (30) o fato de o presidente Luiz InácioLula da Silva ter sancionado o projeto de reforma eleitoral aprovadopelo Congresso Nacional sem vetar o voto em trânsito e o retorno dovoto impresso, conforme pretendia a Corte Eleitoral. Brittovoltou a classificar o retorno do voto impresso, que funcionaria emconjunto com a urna eletrônica a partir das eleições de 2014, comoum “retrocesso”, mas disse que a Justiça Eleitoral buscarámeios de se readequar. “Vamos trabalhar na perspectiva deremoção de obstáculos operacionais. Vamos ver o que é possívelfazer diante dessa realidade que nos é adversa e contraria nossasexpectativas”, disse Britto. “Onera, sem razão deser, a eleição, emperra as impressoras e torna as filas maislongas. O mérito do voto impresso seria auditar com segurança afidedignidade do voto eletrônico, mas essa auditoria poderia serfeita também de forma eletrônica sem demérito de eficácia”,acrescentou o ministro. Britto ressaltou que aimplementação do voto em trânsito exigirá um cadastro prévio doseleitores e a constituição de um sistema digital em rede, maisexposto à atuação de hackers (especialistasem informática que conseguem romper códigos e senhas e entrar emsistemas exclusivos). Segundo ele, esse ponto “não foi umaboa notícia para a Justiça Eleitoral”, e ainda não se podeafirmar se será possível o voto em trânsito nas eleições dopróximo ano. Em contrapartida, opresidente do TSE elogiou o veto do Executivo ao parágrafo quedeterminava que os debates entre candidatos nainternetdeveriam seguir as mesmas regras dos debates na televisão eno rádio. “Esse veto foi providencial, porque a liberação dainternet vai vitalizar o processo eleitoral, tonificar acidadania e trazer os jovens para uma participação maior napolítica.”