Desemprego cai em agosto, indica pesquisa

30/09/2009 - 16h24

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A taxa de desemprego caiude 15% em julho para 14,6% em agosto nas seis regiões metropolitanasanalisadas na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada peloFundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) eDepartamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos(Dieese). Segundo a pesquisa, ocontingente de desempregados de agosto ficou em 2.932 mil pessoas, 79mil a menos do que no mês anterior. O nível de ocupação cresceu0,7%, com a criação de 125 mil postos, enquanto entraram para omercado de trabalho 46 mil pessoas. O total de ocupados nas seisregiões (São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, MinasGerais e Distrito Federal) foi estimado em 17.145 mil pessoas e apopulação economicamente ativa (PEA) em 20.077 mil. Em São Paulo, a pesquisa indicou que a taxa dedesemprego diminuiu de 14,8% em julho para 14,2% em agosto, com ocontingente de desempregados estimado em 1.501 mil pessoas, 63 mil amenos que no mês anterior. Em agosto, foram criadas 73 mil ocupaçõese 12 mil pessoas entraram no mercado de trabalho. De acordo com a pesquisa, o número de ocupadosfoi de 9.068 mil pessoas. O total de assalariados aumentou 1,1% nomês passado, fator associado ao desempenho positivo do setor públicoque criou 59 mil empregos. No setor privado, o número deassalariados com carteira assinada também aumentou (26 mil). Os setores que mais contrataram na RegiãoMetropolitana de São Paulo foram serviços, com crescimento de 1,9%,o que corresponde a 94 mil novos postos de trabalho, e outrossetores, incluindo a construção civil, com elevação de 0,8%, ocorrespondente a 8 mil novas vagas. Registraram queda os setores daindústria (1,5%, com eliminação de 23 mil empregos) e comércio(0,4% ou 6 mil vagas a menos).Os dados demonstram que a redução no desempregona Região Metropolitana de São Paulo é importante, porquerecuperou o nível de emprego que havia sido perdido nos mesesanteriores, afirmou o coordenador da pesquisa, Alexandre Loloian.Para o economista, os números verificados nos setores devem-se aofato de o emprego e a renda terem se mantido. “Essa relativaestabilidade em um momento em que o mundo inteiro está muito abaixodo que estava em igual mês do ano passado tem sido a grande vantagemda economia brasileira.” Loloian explicou que o setor de serviços, voltadoprincipalmente para o mercado interno, não sofreu quase nada com acrise. A indústria foi o segmento que mais sofreu, por ser voltadopara a exportação. “A crise externa, portanto, afetou a produçãointerna e o nível de emprego na indústria caiu muito”. O inverso aconteceu com a construção civil,devido às facilidades de crédito e aos programas de governovoltados para a habitação. “O programa novo do governo estásurtindo efeitos em termos de contratação de pessoas. Asconstrutoras estão retomando seus investimentos, que tinhamabandonado no ano passado com a crise”, afirmou o economista.Para ele, no restante do ano, a situação podemelhorar um pouco, caso haja melhorias no mercado internacional, nonível de emprego e da renda e se forem mantidos os programas eestímulos que o governo arquitetou para enfrentar a crise,principalmente o crédito tanto para o consumo quanto para asempresas. "No emprego, não teremos nada maravilhoso, masteremos melhorias daqui para frente”, afirmou Loloian. Eleressaltou que, no segundo semestre, a tendência sempre é de aumentodo nível de ocupação e de redução da taxa de desemprego. “Aexpectativa é de que a taxa fique restável, de que não voltemos aonível do ano passado, mas mantenhamos uma situação que, diante daconjuntura, será um bom resultado.”