Coordenador da Operação Boi Pirata é preso no Pará

04/08/2009 - 16h19

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ocoordenador da Operação Boi Pirata 2, Leslie Tavares, foi preso hoje (4) em Novo Progresso (PA) durante ação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para retirar gado criado ilegalmente na Floresta Nacional (Flona) doJamanxim. A operação, deflagrada no último fimde semana, foi suspensa ontem (3) por uma liminar da Justiçaestadual. Na madrugada de hoje, o presidente do Tribunal RegionalFederal da 1° Região (TRF-1), Jirair Megueriam, determinoua retomada da ação do Ibama.

Noentanto, a decisão da Justiça Federal não foicumprida, e o juiz local determinou a prisão de Tavares. Ocoordenador geral de fiscalização do Ibama, BrunoBarbosa, disse que o órgão está acionando aAdvocacia-Geral da União (AGU) para tomar medidas urgentesem relação à prisão do coordenador.“Parece que o juiz está descumprindo a decisão doTRF. Se isso aconteceu, o juiz pode até ser preso pela PolíciaFederal”, disse.

AOperação Boi Pirata 2 foi deflagrada em uma fazendalocalizada dentro da Flona Jamanxim, com 2.548 cabeças degado criadas ilegalmente na unidade de conservação. OIbama aplicou dez autos de infração, num total de R$ 15milhões em multas. Novo Progresso é o municípiocampeão de desmatamento no país e estálocalizado na região da BR-163, que liga Cuiabá (MT) aSantarém (PA), uma das grandes fronteiras de avanço dadevastação da Amazônia.

Aexpectativa do Ibama é retirar os animais até a próximaquinta-feira (6). Além das cerca de 2,5 mil cabeçasretiradas na ação, o Ibama espera que outros produtoresda região desloquem os animais para fora da unidade deconservação. Na Operação Boi Pirata 1, em2008 na Terra do Meio (PA), os agentes apreenderam 3,5 mil cabeçasde gado e outras 100 mil foram retiradas pelos própriosfazendeiros, que ocupavam a área irregularmente.

Oministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, acredita que nãohaverá problema para vender os bois apreendidos em NovoProgresso, como ocorreu com os “bois piratas” da Terra do Meio,que só foram leiloados após cinco tentativas.

“Daquelavez houve um boicote. Mas, independentemente da venda, o objetivo detirar os bois de áreas de conservação jáestá sendo cumprido”, disse Minc.