Dono e comandante do barco que virou no Rio Negro são indiciados

23/07/2009 - 0h40

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Oproprietário e o comandante do barco Karolina do Norte, EdsonCarvalho de Souza Júnior e Manoel Benício da Rocha,foram indiciados pela Polícia Civil do Amazonas. Na últimaterça-feria (21), a embarcação virou com 185pessoas a bordo, no momento em que era rebocada para manutençãono leme. Os dois homens são acusados pelo crime de atentadocontra segurança no transporte marítimo na formaqualificada, ou seja, com morte. Umaterceira pessoa, relacionada à manutenção daembarcação, ainda pode ser indiciada. Uma mulher de 71anos e uma criança de 10, não sobreviveram por teremficado presas dentro de um banheiro e de um camarote,respectivamente.Segundo oresponsável pelo inquérito, delegado Fabiano Azevedo, ainvestigação contará com apoio dossobreviventes, que, desde ontem (23) continuam sendo ouvidos. Para aPolícia do Amazonas, houve negligência dos responsáveispela embarcação em autorizar um procedimento demanutenção com os passageiros a bordo. Osacusados alegaram às autoridades policiais que realizavam amanutenção do barco periodicamente e que o problemamecânico ocorreu em uma peça localizada no leme daembarcação. De acordo com Souza e Rocha, a peçaapresentou problemas cerca de uma hora depois da partida do barco doporto privatizado de Manaus, no centro da cidade.“Estamosconcentramos no levantamento dessas informações. Aindahoje poderemos ouvir até 14 pessoas”, informou, ementrevista à Agência Brasil, o delegado Azevedo.Oresultado da perícia feita no local do acidente pelo Institutode Criminalística da Polícia Civil deve sair em 30dias. Já se sabe que não foram distribuídoscoletes para as pessoas que estavam dentro do barco. Souza e Rochatêm direito a responder às acusações emliberdade.Durantequase toda a manhã e a tarde de ontem, bombeiros e a agentesda Capitania dos Portos se dedicaram a desvirar o barco. O comandanteda Capitania dos Portos, Paulo Brito, disse que a embarcaçãofoi levada para um estaleiro em Manaus e, depois de receber amanutenção necessária, será novamentevistoriada pela capitania.“Se tudoestiver dentro da normalidade, o barco poderá voltar ànavegação. Isso independe das investigaçõese do inquérito instaurado para apurar as causas e identificaros responsáveis pelo acidente”, esclareceu.