Teatro do Oprimido debate no Rio suas metas para o futuro

20/07/2009 - 18h07

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Representantes depaíses dos cinco continentes e de 16 estados brasileiros participam,de hoje (20) até domingo (20) da Conferência Internacional deTeatro do Oprimido, que ocorre nesta capital. Criado pelo dramaturgobrasileiro Augusto Boal, em 1986, esse método visa a democratizar aprodução teatral, facilitando o acesso das camadas mais pobres àarte e aproximando o ator do espectador.Segundo acoordenadora do Centro de Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro, HelenSarapecki, o objetivo o encontro é reunir pessoas que trabalham comessa dramaturgia em diversas partes do mundo, em culturascompletamente distintas, para trocar ideias e fazer parcerias. "Etambém pensar em uma meta para o futuro, em como avançar com essemovimento mundial já definido. Essa é a proposta”, afirmou.Atéquinta-feira (23), qualquer interessado poderá participar daconferência, que, de sexta-feira (24) até domingo (26), seráfechada ao público. Nesses dias, 80 adeptos da metodologia do Teatrodo Oprimido vão debater propostas que serão levadas a um eventointernacional marcado para julho do ano que vem, em Belém, comoparte do do Congresso Mundial da Associação Internacional deDrama/Teatro e Educação. Helen disse que o método criadopor Boal em parceria com artistas populares é revolucionário,porque dá às pessoas instrumentos para que façam sua própriarevolução, depois, a de sua comunidade, e a de todo mundo em volta.“É uma metodologia muito simples, que qualquer um pode usar paradiscutir seus problemas do dia a dia. As pessoas montam um espetáculocom os problemas que elas vivenciam.”Problemas comuns emtodo o mundo, como a opressão contra a mulher, a homofobia, o racismoe o preconceito social são temas sempre abordados no Teatro doOprimido, ressaltou Helen. “O Teatro do Oprimido ajuda nessadiscussão. Não vamos acabar com a opressão, por exemplo, mas vamostentar encontrar alternativas de transformação.”De acordocom Helen, atualmente, o método é adotado em no mínimo 70 países,pois é universal e estimula a participação das camadas maisoprimidas da sociedade. O Centro de Teatro do Oprimidodesenvolve projetos com movimentos sociais, comunidades carentes,hospitais psiquiátricos, presídios e escolas. “Isso no Brasil efora do país”, informou Helen Sarapecki. Durante a conferência,haverá espetáculos teatrais abertos ao público todas as noites, noTeatro de Arena do Conjunto Caixa Cultural do Rio de Janeiro.

O criador do Teatro do Oprimidomorreu em maio deste ano, aos 78 anos, no Rio de Janeiro.