Pior da crise já passou, informa carta Conjuntura Econômica da FGV

09/07/2009 - 19h18

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A carta Conjuntura Econômica,divulgada hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), daFundação Getulio Vargas (FGV), enfatiza a existência desinais de que “o pior momento [dos efeitos da crise financeira] ficoupara trás”, e estima que a economia tenha crescido em torno de 0,7% notrimestre abril-junho, com a possibilidade de melhora mais acentuada ainda na segunda metade do ano.Os economistas do Ibre acreditam, porém, que em virtude da queda de 0,8% do PIB, no trimestre janeiro-março,a economia nacional teria que se expandir a um ritmo médio de 2,7% nosdois últimos trimestres de 2009 para que o PIB não caia no ano. Elesadmitem, no entanto, que “este não é, evidentemente, um cenárioprovável”. Razão por que apostam em queda efetiva do PIB anual. Acarta do Ibre ressalva que mais importante do que o resultado de 2009,é avaliar agora o vigor da recuperação já iniciada, com o setor deserviços mantendo um ritmo até certo ponto surpreendente. A prestaçãode serviços teve uma ligeira queda de 0,4% no quarto trimestre de 2008, mascresceu 0,8% no primeiro trimestre deste ano, enquanto a agropecuária ea indústria caíram 0,5% 3,1% respectivamente, de janeiro a março.Oseconomistas do Ibre constataram ainda que a crise mundial afetou o Brasil deforma peculiar,  com reflexos fortes na indústria, pela lado da oferta,e nas exportações e investimentos, pelo flanco da demanda. Eles acreditam que “a força da recuperação da economia nacional depende tanto daperspectiva de retomada da demanda externa, que tem forte impacto naindústria, quanto da continuidade da resistência demonstrada peloconsumo interno”.Mas é no mercado de trabalho, sem dúvida, quea solidez da recuperação será em boa parte determinada, segundo a cartaConjuntura Econômica, que acrescenta: “Como é do consumo e dos serviçosque vêm os sinais de vitalidade da economia neste momento, éfundamental saber se o bom desempenho do emprego e da renda serámantido”.O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, revela que de janeiro a maio tantoa massa salarial quanto a população ocupada aumentaram, embora comum crescimento cada vez menor ante os mesmos meses de 2008.