Flipinha busca formar futuros leitores

01/07/2009 - 5h37

Lísia Gusmão
Enviada Especial da EBC
Paraty (RJ) - Além dos holofotes que cercam os cinco dias da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que começa hoje (1º), há um esforço, durante todo o ano, de formação de novos leitores evalorização do patrimônio local. O resultado do trabalho de 7 mil alunos da rede de ensino de Paraty nas oficinas literárias e de artesplásticas deságua na Flipinha, destinada exclusivamente ao públicoinfantil. “A Flipinha não é somente um evento dentro da Flip. É umprojeto educativo desenvolvido ao longo do ano. Duas linhas sãofundamentais para os idealizadores: o incentivo à leitura e avalorização do patrimônio material e imaterial de Paraty”, disse, ementrevista à Agência Brasil, a coordenadora-geral da Flipinha, CristinaMaseda.A EBC - Empresa Brasil de Comunicação fará a cobertura dos eventos da Flip, com notícias diárias na Agência Brasil, TV Brasil e Rádio Nacional. O contato com os livros é estimulado nas oficinasliterárias. Em 2009, o projeto Mediação de Leitura atingiu 5 mil alunos de 12 escolas da cidade. Durante esta Flipinha, professoresserão capacitados como mediadores para que o projeto não perca fôlego.Crianças e adolescentes de Paraty cuidam ainda dos preparativos dafesta. Máscaras e bonecos de papel machê com os rostos de escritoresinfanto-juvenis e de seus personagens são exibidos na Praça da Matriz eem outros pontos de visitação da cidade. O material é produzido nasoficinas de cenografia e ilustração das quais participam artistaslocais. Seguindo os passos da Flip, a Ciranda dos Bonecos da Flipinhatambém vai homenagear o poeta pernambucano Manuel Bandeira compersonagens de sua obra espalhados por Paraty. Além dos bonecos depapel machê, outro destaque da Flipinha é a instalação da bibliotecavoltada para o público infantil na Praça da Matriz. Uma tenda abrigará,nos dias da festa, leituras de textos infantis que serão apresentadospor escritores convidados. Abrindo a programação, haverá leituras da poesia de Bandeira. NaFlipinha, a escritora Ruth Rocha comemorará 40 anos de literatura. Seulivro Marcelo, Marmelo, Martelo, que já vendeu 1 milhão de exemplares, foiadaptado e será encenado durante a festa. Os adolescentes terão,pela primeira vez, um espaço exclusivo na festa literária. A FlipZonavai oferecer ciclos de debate sobre novas mídias e tecnologia. “Acriança já lê o mundo ao redor, mas o nosso objetivo é transformarParaty em uma cidade de pessoas com o gosto e o hábito da leitura. E éuma satisfação enorme ver que, com poucos recursos, é possíveltransformar a realidade de uma cidade”, comemora Cristina. Com convicção, a coordenadora da Flipinha resume com uma frase o impacto da literatura sobre as crianças: “O universo literário vai transformá-las em cidadãos críticos”.