Festa pode sair cara para quem quer conforto

23/02/2009 - 15h56

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O carnaval éconhecido em todo o país como uma festa popular. Mas serámesmo tão popular assim? Se a referência tomada forem ospreços dos camarotes, da entrada em bailes e dos conhecidosabadás, vendidos para quem vai seguir o trio elétrico, afesta adquire características que não estão ao alcance de todos.Quem quer brincar o carnaval em Salvador (BA) com conforto, mais segurança e emlocal privilegiado, ao lado do trio elétrico, pode preparar obolso. Um abadá que garante o pacote de três dias parao bloco Camaleão, comandado pela banda Chiclete com Banana,sai por cerca de R$ 2 mil. Para pular ao som de Ivete Sangalo ofolião paga R$ 650 pelo abadá de um dia do BlocoCoruja.Preços salgados,se comparados com atual salário mínimo de R$ 465. Aeles somam-se ainda as despesas com passagens aéreas outerrestres, hospedagem, alimentação e as bebidas queembalam os foliões durante os dias de animação.Vale lembrar que esses preços sobem em temporada carnavalesca.E, mesmo em tempos decrise financeira internacional e aumento do desemprego, nãofaltam compradores. No início de fevereiro, o abadá paraos dois blocos que a banda Asa de Águia comanda esgotaram.Quem não quer ounão pode desembolsar esse dinheiro, no entanto, não precisa dispensar a festa, pois não falta espaço fora docordão de isolamento, na chamada “pipoca”. Entretanto, semas mesmas mordomias de quem está com o abadá.Os preços paraassistir aos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro (RJ), da arquibancada, sãoum pouco mais acessíveis do que os do carnaval da Bahia. O preço de um camarote para 24pessoas, entretanto, pode chegar a R$ 77 mil. E mesmo para a arquibancada ospreços no domingo (22), dia em que desfilam escolas como aBeija-Flor e a Mocidade, variam de R$ 110 a R$ 550.Para dois setores dearquibancada são vendidos ingressos a preços populares (R$ 10, no domingo). Esses setores, o 6 e 13, no entanto, nãoestão bem localizados na Marquês de Sapucaí. Ospreços do carnaval carioca citados são os divulgados nosite da Liga Independente da Escolas de Samba (Liesa). A meia-entradapara estudantes e idosos só é possível no setor13.Há ainda a opçãode festejar em um clube ou mesmo em um hotel. Uma entrada para otradicional baile no hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, nãosai por menos de R$ 1 mil, chegando a R$ 3 mil por pessoa no caso docamarote.E até o carnavalda criançada pode custar caro. No Iate Clube de Brasíliaa entrada da matinê varia entre R$ 10 e R$ 20, a depender daidade da criança. Mais fantasia, lanches e muita bebida paragarantir a hidratação dos pequenos e a brincadeira pode chegar perto dos R$ 100.Claro que nãofaltam opções para quem gosta de samba, não estáruim da cabeça, nem doente do pé, mas está ruimde bolso, parodiando a letra da música Samba de MinhaTerra, de Dorival Caymmi.Há os carnavaisde rua onde a diversão é gratuita. É difíciluma cidade onde não haja uma concentração desambistas. Nesses casos, os gastos ficam por conta do deslocamento de carro ouônibus, das bebidas e da sola de sapato depois de horas de folia.