Brasil vai fornecer energia ao Uruguai

12/02/2009 - 17h52

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil fornecerá 500 megawatts de energia elétricapor dia ao Uruguai, para suprir a carência energéticaresultante da intensa seca no país vizinho. A solicitaçãofoi feita nesta quinta-feira (12) pelo chanceler uruguaio, GonzaloFernández, ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.“Obtivemos do ministro Lobão a garantia de umatransmissão de energia maior já a partir dos próximosdias, porque nosso país vive uma seca muito grande e tem umanecessidade energética importante”, relatou Fernández,em entrevista coletiva. Segundo Fernández, atualmente oBrasil exporta 300 megawatts por dia para o Uruguai e um acordobilateral prevê o envio de até 500 megawatts. “Soliciteia possibilidade de chegar a esse teto de 500, e ele concordou”,revelou o chanceler uruguaio.De acordo com o Ministériode Minas e Energia, o aumento valeria para o período defevereiro a abril, mas o mais provável é que sóocorra até março. A energia seria enviada pelaConversora de Garabi. Outro tema tratado na reuniãofoi a futura interconexão energética – um memorandosobre transmissão chegou a ser discutido entre os ministros,sem conclusão. Tratado bilateral nesse sentido poderáser firmado durante visita do presidente Tabaré Vázquezao Brasil, no dia 10 de março.O chanceler uruguaiotambém esteve com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, comquem acertou a realização de um seminário sobrecomércio em moeda local, em Montevidéu, provavelmenteno final de março. O encontro analisaria a experiência,em andamento, entre Brasil e Argentina. Outra hipótesetratada pelos dois ministros foi a realização de swapcambial, pelo Banco Central brasileiro, com paíseslatino-americanos. O leilão de swap cambial consiste na troca de rentabilidade dos ativosfinanceiros: o BC oferece a variação do dólar em troca da oscilação dataxa de juros. “O tema havia sido conversado antes entre nossosministros de Economia e me limitei a ratificar o interesse que temosem poder explorar isso como um instrumento mais de integraçãoe cooperação que nos permite fazer frente àcrise que hoje sacode o planeta”, relatou Gonzalo Fernández.O assunto deve ser aprofundado no seminário em Montevidéu.“Acho perfeitamente possível que o Brasil ajude osvizinhos a enfrentar este momento de crise com garantias que aspróprias reservas financeiras podem oferecer, sem prejuízodas nossas reservas, no mesmo mecanismo que o FED [FederalReserve, o Banco Central americano] tem conosco”, disseo chanceler brasileiro, Celso Amorim, sem dar detalhes .