Ministro da Defesa defende engenharia do Exército

02/02/2009 - 16h20

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Exército precisa de um cronograma permanente de obras para que seus batalhões de engenharia se mantenham em permanente aperfeiçoamento e conservem as tecnologias de ponta absorvidas nos últimos anos. A opinião é do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que considera “estratégica para o país” a expertise do Exército para obras. Em nota divulgada hoje (2), o ministro afirma que, apesar do grande conhecimento na área, o Éxercito não deve concorrer com as construtoras privadas.Na semana passada, Jobim visitou as obras de duplicação da BR-101, nos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba, além dos canteiros de obras do polêmico Projeto São Francisco, que prevê a integração das bacias dos dois estados, além das do Ceará e de Pernambuco, com a do Rio São Francisco, como forma de levar água para milhões de brasileiros que vivem no semi-árido nordestino.Ainda segundo a nota, a técnica utilizada pelos engenheiros militares na BR-101 foi desenvolvida pelo próprio Exército e foi aprovada por especialistas do Ministério dos Transportes.Construída com uma camada superior de 22 centímetros de concreto em vez de asfalto, a pista é mais cara e mais difícil de ser feita, no entanto, a estimativa é de que sua vida útil dure de 40 a 50 anos, ao passo que uma rodovia convencional tem vida útil de dez anos.

A realização da obra pelo Exército foi determinada em 2005 pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, após a paralisação das licitações por disputas judiciais entre empreiteiras interessadas na obra.

Na nota, o comandante do 1º Grupamento de Engenharia de Construção, general Jorge Ernesto Pinto Fraxe, explica que a obra permite não apenas o treinamento dos oficiais, mas também dos civis que são contratados e dos militares temporários que são agregados à obra.

Para o general, quem deixa o Exército após ter trabalhado em obras como essas sai capacitado para empregar-se na iniciativa privada. Fraxe diz que a engenharia do Exército não é nem melhor nem pior que as construtoras privadas. “Somos diferentes, somos construtores de cidadania”, conclui.