Minc diz que plano de Mangabeira para Amazônia não avançou

18/12/2008 - 14h39

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Plano Amazônia Sustentável (PAS), lançado em abril pelogoverno, sob a gestão do ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, “está travado”, na avaliação do ministro do MeioAmbiente, Carlos Minc. Para Minc, a integração entre ministérios para ações conjuntas de proteção da Amazônia não avançou de forma satisfatória. “Umministério vai lá e abre uma estrada, outro vai lá e constrói umahidrelétrica, outro expande a fronteira agrícola. Depois aumenta odesmatamento e sou eu que tenho que explicar”, disse hoje (18), após aabertura do 6° Seminário Técnico-Científico de análise dos dados dodesmatamento. O ministro apontou o programa gerenciado porMangabeira como um dos itens que menos avançaram na agenda de políticasambientais em 2008. “Também aumentou desmatamento em áreasmenores, houve pulverização. E ainda tem a questão da regularizaçãofundiária: 80% das terras você não sabe de quem é, como pode multar senão sabe quem é dono?”, apontou. Ao citar os pontos positivosda área ambiental neste ano, Minc listou o Plano Nacional sobre Mudançado Clima – que prevê metas de redução do desmatamento na Amazônia –, aqueda do desmate nos meses mais críticos do ano, o programa deincentivo ao turismo nos parques e o Fundo Amazônia. Em relaçãoao corte no orçamento de sua pasta, que, segundo ele, perdeu R$400milhões, Minc afirmou que a redução pode afetar os processos delicenciamento ambiental e o combate ao desmatamento. “Tem compromissos que o Brasil assumiu. Vai ser um mico internacional”, comentou. Oministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, que também participouda abertura do seminário, fez coro à reclamação de Minc sobre cortede recursos.“Se os recursos para ciência e tecnologia forem cortados em R$ 1bilhão, nossos programas serão inviabilizados”, avaliou. No entanto,Rezende acredita que os remanejamentos sinalizados pelo ministro doPlanejamento, Paulo Bernardo, poderão amenizar as perdas da área.“Estou ansioso”, acrescentou.