MPF pede à Justiça Federal aumento da pena de Humberto Braz

17/12/2008 - 18h34

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo encaminhou um documento de apelação à Justiça Federal pedindo o aumento da pena do ex-presidente da Brasil Telecom Humberto Braz, que foi condenado a sete anos de prisão pelo juiz federal Fausto De Sanctis. Braz foi condenado por corrupção ativa por ter tentado subornar um delegado da Polícia Federal, com a intenção de retirar o banqueiro Daniel Dantas das investigações da Operação Satiagraha.Segundo a assessoria de imprensa do MPF, o recurso de apelação encaminhado ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região, sediado em São Paulo, pede que a pena de Humberto Braz seja aumentada de sete anos para, no mínimo, oito anos, e que também seja alterado o regime de pena de semi-aberto para fechado.Humberto Braz e o professor Hugo Chicaroni foram condenados pelo juiz De Sanctis a sete anos de prisão por terem cumprido o papel de intermediários na oferta de suborno. Eles teriam oferecido ao delegado da PF Victor Hugo Rodrigues Alves US$ 1 milhão para excluir o nome de Dantas da investigação. Braz também foi multado em R$ 877 mil e Chicaroni, em R$ 292 mil. Todos os condenados podem recorrer da decisão em liberdade, uma vez que o juiz não expediu mandado de prisão contra eles.Já o banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, foi condenado a dez anos de prisão e multa de mais de R$ 1,4 milhão por corrupção ativa.Para o procurador da República Rodrigo de Grandis, o juiz não “agiu com o costumeiro acerto ao equiparar as condutas levadas a efeito” por Humberto Braz e Hugo Chicaroni. Para o procurador, a atitude de Humberto Braz “merece reprimenda mais grave e severa” do que a foi atribuída a Chicaroni.“Humberto José Rocha Braz agiu como verdadeiro 'lugar-tenente' de Daniel Valente Dantas para a configuração das condutas corruptoras”, disse o procurador no recurso de apelação encaminhado à Justiça.No documento, o procurador da República também pediu que as penas de multas impostas pelo juiz aos trés réus condenados no mesmo processo – Braz, Chicaroni e Dantas – sejam aplicadas de forma integral e que os valores das multas sejam também aumentadas.