CNI prevê crescimento de 2,4% para o PIB em 2009

16/12/2008 - 18h20

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou hoje (16) o documento Economia Brasileira, contendo as previsões da entidade para 2009. A crise econômica mundial, segundo a CNI, provocará “forte redução no crescimento econômico”.O Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país) deve crescer 2,4% em 2009, revela o estudo. E a retração no ritmo da atividade econômica será afetada por fatores como baixo consumo interno, falta de investimentos e queda da demanda externa. O estudo prevê que o consumo das famílias deve registrar uma expansão de 3% no próximo anos, um nível próximo à metade do que foi observado em 2008. Os investimentos devem crescer apenas 3% em 2009 – número pequeno, se comparado aos 14,4% registrados no ano corrente. A recessão nas maiores economias mundiais deverá ter forte impacto sobre o comércio internacional, que crescerá segundo a estimativa da CNI 2,1% em 2009, contra uma expansão de 4,6% em 2008. Isso influenciará as exportações brasileiras, que deverão cair de US$ 198 bilhões em 2008 para US$ 170 bilhões em 2009. Mas o documento prevê que esse efeito será amenizado pelo recuo nas importações, em decorrência da redução no ritmo da atividade econômica interna. Se em 2008 as importações fecharam em US$ 174 bilhões, em 2009 devem ficar perto de US$ 155 bilhões.A inflação, projetada em 4,8% pelo IPCA para 2009, será menor do que os 6,2% registrados neste ano. Com isso, haverá convergência com a taxa do centro da meta proposta pelo Banco Central (BC), de 4,5%, indicando que o órgão poderá iniciar, a partir de janeiro, um processo de afrouxamento da política monetária.A CNI projeta um corte de 0,5 ponto percentual nas duas primeiras reuniões do Conselho de Política Monetária (Copom) em 2009, seguido, posteriormente, de reduções menos intensas. Para dezembro do ano que vem, o estudo projetou que a taxa Selic estará em 11,25%, acumulando uma média de 12,2% no ano. O documento apresentou também um balanço das atividades em 2008.  E estima que, com a crise econômica nos países desenvolvidos, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve ficar em 5,7%, apresentando, ao longo do ano, dois períodos bastante distintos. Durante os três primeiros trimestres, foi registrado expressivo crescimento da economia, que acumulou 6,4% com relação ao mesmo período de 2007. No quarto trimestre, com a economia já sob efeito da crise financeira internacional, a atividade econômica deverá apresentar um recuo de 1,5% em relação ao terceiro trimestre, ajustados os efeitos sazonais do período. De acordo com o documento, uma característica marcante do crescimento econômico em 2008 foi a relativa homogeneidade entre os grandes setores da economia. A indústria foi o setor com maior expansão, e deve aumentar em 6% a produção em comparação a 2007.